Um dia após sentarem lado a lado no Congresso, durante uma sessão solene em homenagem aos 30 anos da Constituição, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli se reuniram na manhã desta quarta-feira (7).
Bolsonaro prometeu agir com harmonia entre os poderes e dialogar muito, especialmente com o presidente do STF. “Pode ter certeza, vossa Excelência, que muitas vezes antes de tomar iniciativa, o procurarei para que a gente possa aperfeiçoar essa ideia e ela de forma mais harmônica siga o seu curso nacional dentro do Parlamento”, afirmou o presidente eleito.
"Tenho certeza de que esse gesto de Bolsonaro de respeito às instituições, a lei e à Constituição renova a democracia. Poderes trabalharão juntos, com harmonia, no sentido de trabalhar pelo que o povo quer. Uma medida a ser tomada no Legislativo, com diálogo antes, vai evitar uma declaração de inconstitucionalidade pelo STF depois", afirmou o presidente da Corte.
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O diálogo entre os poderes é uma das pautas do próprio presidente do STF que, antes mesmo de tomar posse, em setembro, tem defendido uma ampla frente de conversas para alinhar as prioridades.
Frentes a serem atacadas pelo novo governo
Para Dias Toffoli, há três principais frentes a serem atacadas no país pelo próximo governo: Previdência, tributação e segurança. Esta última, seria a mais grave e urgente delas, na visão do ministro.
"Nós temos, e o senhor sabe, uma epidemia no Brasil. 60 mil homicídios por ano. Temos de reavaliar nosso sistema processual. É um sistema burocrático. Nós, do ponto de vista proporcional, somos o país que mias tem mortes, mesmo se comparados a países em guerra”, afirmou Toffoli.
Ao final, ele entregou a Bolsonaro uma edição comemorativa da Constituição e do Livro da Constituinte.
Como foi o encontro e quem acompanhou Bolsonaro
Após a polêmica do vídeo em que fala sobre fechar o STF, o filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), acompanhou o pai nesta manhã durante o encontro. O vídeo, que veio à tona durante o segundo turno, gerou enorme repercussão, inclusive no STF. Dias Toffoli afirmou, em nota, na época, que ataques à instituição representavam um ataque à democracia.
Também estiveram presentes outros dois filhos de Bolsonaro – Flávio, eleito Senador, e Jair Renan – além dos generais Heleno e Oswaldo Ferreira.
O encontro ocorreu em três etapas, sala de reunião do Supremo. Primeiro, eles conversaram a sós por cerca de 15 minutos. Em seguida, fizeram um pronunciamento à imprensa. Depois, outro pronunciamento menor. Ao todo, o encontro durou em torno de 45 minutos.
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