Recebido por uma multidão no aeroporto de Belém (PA), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato a presidente da República em 2018, defendeu nesta quinta-feira (5) a ampliação do porte de armas no país e afirmou que, com ele, “não existirá o politicamente correto”.
Bolsonaro, um dos vice-líderes na corrida presidencial, conforme a mais recentes pesquisas, visitou a capital paraense no período de festejos do Círio de Nazaré, uma das maiores festas populares do Brasil, e uma semana após ter o título de cidadão belenense negado pela Câmara de Belém.
Bolsonaro desembarcou na cidade por volta das 14h30, mas teve de esperar cerca de uma hora até que a chuva cessasse. Em carro de som aberto, discursou ao lado da “bancada da bala” paraense – deputado federal delegado Éder Mauro (PSD), deputado estadual coronel Neil (PSD) e vereador sargento Silvano (PSD) – e disse que, com ele, “não existirá o politicamente correto”.
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“No que depender de mim, com a ajuda de vocês, todos terão porte de arma de fogo”, afirmou.
Sobraram críticas também à performance do MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo, em que um homem aparece nu. “Essa história de criança passar a mão em homem nu não vai ter não.” Disse ainda que “não vai ter dinheiro da Lei Rouanet para esses picaretas”.
Durante o discurso, Bolsonaro vestiu as camisas de Remo e Paysandu, maiores times de futebol no Pará e pediu uma “salva de palmas” ao general Antonio Mourão, que recentemente causou polêmica ao defender em público a intervenção militar.
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Espera de uma hora e vidro quebrado
A programação previa uma palestra do deputado no auditório de uma loja de informática no centro da capital.
Uma multidão se formou à entrada e, quando foi anunciado que os ingressos estavam esgotados, o público tentou entrar à força. Houve confusão e partes da vidraça e da porta foram depredadas. Ninguém ficou ferido.
O deputado, então, começou o discurso do lado de fora. Os proprietários da loja cancelaram o evento, mas Bolsonaro falou num trio elétrico que estava na rua. O trânsito foi interrompido. “Vocês estão em cima de uma Serra Pelada. A política mineral vai ter que mudar”, disse.
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