O presidente Jair Bolsonaro (PSL) visitou nesta segunda-feira (1.º) dois dos locais mais sagrados da Terra Santa, em Israel. Primeiro, ele foi à Igreja do Santo Sepulcro, na Cidade Velha de Jerusalém, considerado por muitos cristãos como o local onde Jesus foi enterrado e ressuscitou. Depois, o presidente seguiu para o Muro das Lamentações, também na Cidade Velha. O local é sagrado para os judeus e marca o ponto onde ficava o Templo de Salomão, destruído há 2 mil anos. Na visita ao Muro, Bolsonaro esteve acompanhado pelo primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu.
Como a Cidade Velha fica na parte oriental de Jerusalém, área disputada por israelenses e palestinos, poucos líderes mundiais aceitam visitar o local ao lado do primeiro-ministro israelense. Em geral, as autoridades estrangeiras preferem classificar a ida ao local como uma ação de caráter privado e não como uma visita de Estado. Assim, a presença de Netanyahu na visita do brasileiro tem um caráter simbólico importante, em mais uma sinalização de apoio do governo Bolsonaro ao atual premiê. Além disso, a visita conjunta é vista como mais um sinal de apoio à ocupação de Israel em Jerusalém Oriental, onde fica o Muro – território reivindicado pelos palestinos para ser sua capital.
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Por outro lado, Bolsonaro não visitou a Mesquita de Al-Aqsa, sagrada para os muçulmanos, que fica nas imediações do Muro das Lamentações. E sua agenda não inclui os territórios palestinos.
Uso eleitoral de Bolsonaro por Netanyahu
A imprensa israelense vem relatando que a visita de Bolsonaro a Israel tem sido usada por Netanyahu para aparecer como um líder internacional a oito dias das eleições gerais no país. As pesquisas eleitorais mais recentes mostram que a coalizão de direita liderada por ele deve disputar o comando do Parlamento com a sigla centrista Azul e Branco.
Ao chegar em Israel no domingo (31), Bolsonaro disse que o Brasil vai abrir um escritório de negócios em Jerusalém, mas não anunciou uma mudança da embaixada para a cidade, como desejava Netanyahu. Apesar disso, nesta segunda-feira( 1.º), o presidente brasileiro disse que ainda pode mudar a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém até o fim de seu mandato, em 2022. Como Jerusalém é reivindicada por israelenses e palestinos, a maior parte dos países mantém sua embaixada em Tel Aviv.
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