As declarações do general Hamilton Mourão sobre a possibilidade de uma intervenção militar no país ainda repercutem. Seja a seu favor ou contra. Talvez a principal liderança no círculo militar hoje, entre pessoal da ativa e da reserva, o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) voltou a fazer a defesa de Mourão, ainda que tenha adotado cuidado e evitado radicalizar, como já foi de seu costume, dado o momento político.
Bem situado nas pesquisas, alternando números em torno de 20% de intenções de voto, o parlamentar está dosando esse apoio. Mas não o abandona. Neste final de semana, Bolsonaro postou nas suas redes sociais uma curta frase alusiva ao episódio, ainda que sem citar o general que criou todo esse imbróglio.
“A política nunca dividirá as Forças Armadas, porque, para os militares, o Brasil sempre estará acima de tudo”, escreveu Bolsonaro.
No seu grupo fechado de Whatsapp ele deu uma incrementada nessa mensagem. Postou uma foto sua sentado ao lado do general Mourão, que aparece fardado.
Procurado pela Gazeta do Povo, o deputado afirmou se tratar de uma foto antiga, de um ano e meio atrás ou mais, quando Mourão estava deixando o Comando Militar do Sul. Ele foi afastado do comando, ainda no governo de Dilma Rousseff, por ter feito declarações contrárias ao governo e também por ter organizado uma solenidade de homenagem póstuma ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi de São Paulo durante a ditadura e é apontado por familiares e vítimas do regime como torturador.
Bolsonaro explicou que a foto é antiga, mas que se dá bem com Mourão. Sobre uma nova visita ao general, disse: “Ainda não é o caso”.
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