O corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirmou que cerca de 200 pessoas estão desaparecidas em decorrência do rompimento de uma barragem em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte (MG). Ao todo, 51 bombeiros e seis aeronaves atuam nos resgates na região. Casas inteiras da comunidade da Vila Ferteco foram encobertas pela lama.
Segundo a companhia Vale, dona da área de mineração, a área administrativa do complexo de feijão, onde estavam funcionários, foi atingida. A lama agora começa a chegar ao centro do município, pelo leito do Rio Paraopebas, que abastece 6 milhões de pessoas. Por enquanto, quatro pessoas foram socorridas e encaminhadas ao hospital.
Um Comando de Operações foi estruturado no Centro Social do Córrego do Feijão, nas proximidades do campo de futebol e da igreja católica da cidade, para atuar nos resgates. Em nota, os Bombeiros informaram que “vários órgãos, principalmente de segurança pública, estão no local e em reunião neste momento definindo as estratégias de atendimento”.
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Famílias buscam por desaparecidos
Um grupo de cerca de 35 pessoas busca por parentes e amigos desaparecidos após o rompimento da barragem. As famílias foram orientadas a concentrarem-se na quadra coberta no centro da cidade, ao lado do imóvel onde a Vale montou o seu escritório de crise.
Ao lado da quadra, equipes da Vale e dos Bombeiros recolhem nomes de possíveis desaparecidos após o acidente. A aposentada Efigênia Oliveira da Silva, acompanhada de suas duas netas, buscava informações de um casal de amigos que moravam nas proximidades do Córrego do Feijão junto com duas filhas pequenas.
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“Nos disseram para vir para cá, mas não nos dão nenhuma informação. Estamos aqui desesperados por alguma notícia, mas não nos dizem nada”, afirmou a aposentada. Efigênia estava em um grupo de vizinhos, com dez pessoas, que buscavam por pelo menos 13 pessoas desaparecidas.
Rejeito de Brumadinho deve chegar à hidrelétrica de Furnas
A estatal Furnas, do grupo Eletrobras, monitora a chegada dos rejeitos da barragem de Brumadinho em sua hidrelétrica Retiro Baixo, que funciona no Rio Paraopeba, podendo comprometer as operações da usina.
A barragem da usina hidrelétrica Retiro Baixo, confirmou a Agência Nacional de Águas (ANA), está localizada a 220 km do local do rompimento e “possibilitará amortecimento da onda de rejeito”. Segundo a ANA, “estima-se que essa onda atingirá a usina em cerca de dois dias”.
O Rio Paraopeba faz parte da bacia do Rio São Francisco. A hidrelétrica Retiro Baixo está localizada entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu. A usina tem duas turbinas em operação, com capacidade instalada de 82 megawatts, energia suficiente para atender 200 mil habitantes, e opera desde 2010. Seu reservatório de 22 quilômetros quadrados.