Bonifácio de Andrada é escolhido relator da 2ª denúncia contra Temer na CCJ da Câmara

O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) será o relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara da segunda denúncia criminal contra o presidente Michel Temer (PMDB). O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira pelo presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). A denúncia, oferecida pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, acusa Temer de ser o chefe de uma organização criminosa e também de obstruir a Justiça.

Na primeira denúncia, em que Temer era acusado de corrupção passiva, o deputado mineiro votou a favor do presidente. Natural de Barbacena, Bonifácio José Tamm de Andrada tem 87 anos (é o deputado federal mais velho do Brasil), é advogado, professor universitário e descendente por parte de pai de José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos principais articuladores da independência do Brasil em 1822.

Andrada acumula dez mandatos na Câmara Federal – está lá desde 1979. Antes já havia exercido quatro mandatos consecutivos como deputado estadual, entre 1959 e 1975. Começou na política na extinta União Democrática Nacional (UDN), passou pela Arena na ditadura militar, além de PDS e PTB. É filiado ao PSDB desde 1997.

Rito igual ao da primeira denúncia

O presidente da CCJ , Rodrigo Pacheco, informou que o rito de análise da denúncia será o mesmo da primeira acusação. Os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria Geral, também foram denunciados com o presidente e havia uma dúvida sobre se a acusação deveria ser examinada de forma fatiada. Mas ficou definido que a peça será apreciada de uma vez só, conforme orientou a Secretaria Geral da Mesa da Câmara, após estudar o caso.

A presidente do STF, Cármen Lúcia, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também se manifestaram a favor da análise conjunta do processo.

A decisão contra o desmembramento desagrada parte dos parlamentares. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) vai apresentar um requerimento na comissão para que a votação que autoriza ou não o andamento dos processos no STF ocorra de forma fatiada.