Em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, afirmou que a maneira mais rápida de o Brasil conseguir isenção permanente das tarifas sobre o aço brasileiro é concordar com restrição voluntária de exportações e estabelecimento de cotas, semelhante ao que foi negociado pela Coreia do Sul.
Brasil, Coreia do Sul, Argentina, Austrália e União Europeia tiveram as tarifas de 25% sobre aço e 10% sobre o alumínio suspensas até 30 de abril, enquanto negociam a exclusão definitiva das sobretaxas. Os EUA são os maiores compradores de aço brasileiro, e as tarifas podem gerar perda anual de US$ 1,1 bilhão para o país.
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A Coreia do Sul fechou um acordo se comprometendo a não ultrapassar uma cota equivalente a 70% da média exportada nos três últimos anos. Além disso, abriu mais seu mercado para a importação de carros dos Estados Unidos. Com isso, teve as tarifas suspensas.
Mas o governo brasileiro resiste em concordar com redução voluntária de exportações, que geraria perdas para o setor, e não cogita fazer concessões em outros produtos fora da cadeia do aço.
Posição singular
Ross teria reconhecido a posição singular do Brasil e a complementaridade no setor do aço. O governo brasileiro argumenta que as sobretaxas sobre seu aço vão prejudicar diretamente as siderúrgicas americanas.
Elas compram do Brasil mais de 80% do produto sob a forma semiacabada para transformar em peças e vender a fabricantes de eletrodomésticos, automóveis e outros. Além disso, o Brasil importa US$ 1 bilhão em carvão dos EUA, usado na fabricação de aço.
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Ross aconselhou o Brasil a estimular empresas americanas a entrarem com pedidos de exclusão junto ao departamento de Comércio. Mas o processo tem sido burocrático e o departamento de comércio foi inundado com mais de 700 pedidos.
As indústrias americanas precisam pedir exclusão de determinada quantidade de certo produto vindo de um país específico, e provar que ele é essencial é insubstituível por um similar nacional.
Ele também reforçou a necessidade de cooperação no fórum mundial que trata do excesso de capacidade de produção na China, onde os dois países já colaboram.
O Escritório do Representante de Comércio dos EUA, o USTr, determinará quais países terão as tarifas suspensas de forma permanente. Além do Brasil, Argentina, União Europeia e Austrália estão negociando com o governo de Donald Trump.
O Canadá e o México também buscam uma exceção, mas como parte de um acordo na renegociação do Nafta.
O encontro também teve a participação do secretário de comércio exterior, Abrão Árabe Neto, e do secretário de Estado dos EUA em exercício, John Sullivan. Rússia, Turquia. Japão, Taiwan, China e Índia, que estão entre os 10 maiores exportadores, não estão na lista de suspensão e passaram a pagar tarifas.
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