O Corpo de Bombeiros confirmou por volta das 9 horas deste domingo (27) mais três mortes na tragédia de Brumadinho (MG), elevando para 37 o número de mortos. Oito vítimas já foram identificadas. Outras 257 pessoas continuam desaparecidas, ainda de acordo com a corporação. Foram resgatadas 192 pessoas, das quais 23 estão hospitalizadas.
A população das comunidades de Córrego do Feijão e Tejuco foi acordada ainda de madrugada pelo toque de uma sirene de evacuação. Bombeiros iniciaram a retirada preventiva de pessoas, após a constatação de que uma nova barragem da Vale apresenta risco iminente de rompimento. O alarme de aviso sobre rompimento de barragem soou às 5h30.
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Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, informou que cerca de 24 mil pessoas estão em área de risco caso haja um novo rompimento de barragem na Mina do Feijão.
A evacuação foi feita em áreas de risco, próximas ao leito do rio Paraopeba e às áreas já atingidas por lama. “Como medida preventiva, a comunidade da região está sendo deslocada para os pontos de encontro determinados previamente pelo Plano de Emergência”, informou a Vale em nota.
Os bombeiros informaram que foram evacuadas 350 pessoas. As famílias foram levadas para a parte mais alta do núcleo urbano ou deslocadas para outras localidades na região de Brumadinho, como a Igreja Matriz e Morro do Querosene.
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A Vale informou ainda que acionou as sirenes de alerta ao “detectar aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem 6”. A barragem, que faz parte do complexo de Brumadinho, é um depósito de água, com volume de 3 a 4 milhões de metros cúbicos, segundo o Corpo de Bombeiros, e fica ao lado da barragem 1, de rejeitos de minério, que rompeu na sexta-feira (25).
A barragem, de nome B6, é composta por água e estava sendo drenada pela Vale para diminuir o risco de rompimento. Entre 20 horas de sábado (26) e 4 horas deste domingo, os resgates foram interrompidos para que a drenagem fosse intensificada. O volume de água a ser drenado nesse período e que portanto desceria pelo rio Paraopeba seria mais que o triplo do que vinha sendo drenado até então.
Os trabalhos de resgate estão suspensos. Todo o efetivo do Corpo de Bombeiros está empenhado na evacuação. Uma das áreas prioritárias é Parque da Cachoeira, onde há 25 casas em risco.
Dificuldades nos trabalhos de resgate
O rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho liberou 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos, que entraram no rio Paraopeba. No sábado, os trabalhos foram prejudicados pela chuva e pelas condições do terreno. A principal ação dos bombeiros tem sido sobrevoar a área do desastre na tentativa de avistar sobreviventes e vítimas. O rejeito da barragem é muito líquido, o que impede que trabalhos sejam feitos sobre a lama, como escavações, por exemplo.
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O espaço aéreo na região de Brumadinho foi fechado a partir deste domingo. Apenas aeronaves de resgate irão poder sobrevoar o local do desastre. Enquanto houver o risco de novo rompimento, porém, as buscas por desaparecidos ficam temporariamente interrompidas.
As condições meteorológicas em Brumadinho e região, nas primeiras horas da manhã deste domingo, são de céu encoberto, com baixa visibilidade no entorno da Mina Córrego do Feijão, de acordo com a Defesa Civil.
No decorrer da tarde, o sol pode aparecer com mais intensidade, com possibilidade de chuvas, mas sem volume significativo. O volume estimado de chuva para o período é de 5 a 15 mm, em média.
Auxílio israelense a caminho
Um avião com 130 soldados das Forças de Defesas de Israel está a caminho do Brasil para auxiliar nas buscas em Brumadinho. A previsão é de que desembarquem em Belo Horizonte por volta de 21h30, com recursos humanos e 16 toneladas de equipamentos.
A equipe é especializada em resgate durante catástrofes com uso de sonares e vai trazer material eletrônico e de escavação. “Salvar vidas não é sobre a distância percorrida, mas sobre o quão longe você está disposto a ir”, escreveram as Forças de Defesa israelenses no Twitter. No sábado (26), Bolsonaro anunciou a ajuda de Israel nas buscas em Minas Gerais.
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