| Foto: Robson Fernandes/Estadão Conteúdo

Ao cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, acusado de ser operador do PSDB, a Polícia Federal descobriu uma “embarcação de grande porte” atracada na Marinas Nacionais, na Rodovia Guarujá-Bertioga, litoral Sul de São Paulo. Os investigadores suspeitam que o barco pode servir de esconderijo de documentos e valores.

CARREGANDO :)

Vieira de Souza foi preso nesta terça-feira (19) na Operação Ad Infinitum, fase número 60 da Lava Jato, pela terceira vez, agora investigado por suposta operação de propinas a políticos do PSDB.

A Lava Jato atribui ao ex-diretor da Dersa envolvimento em supostos esquemas de lavagem de dinheiro da Odebrecht que abasteciam ex-diretores da Petrobras e políticos, entre eles, o ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho (Relações Exteriores no governo Temer).

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Operador tucano tinha R$ 100 milhões em espécie e dava ‘banho de sol’ no dinheiro, diz delator

Segundo os investigadores, contas do ex-diretor da Dersa chegaram a ter a cifra de R$ 130 milhões na Suíça. Vieira de Souza também teria ocultado R$ 100 milhões em sua casa em São Paulo, que seriam usados para abastecer o doleiro Adir Assad, em pagamentos a diretores e gerentes da petrolífera, em nome da Odebrecht.

Nesta terça, a força-tarefa da Lava Jato vasculhou novamente endereços de Vieira de Souza, como sua casa de praia, em Guarujá. Lá, encontraram documentos que levaram a um novo pedido de busca.

A força-tarefa afirma que a “equipe de policiais constatou que o mesmo é proprietário/responsável de uma embarcação de grande porte que fica atracada na marina chamada Marinas Nacionais, no mesmo município”.

LEIA TAMBÉM: Ex-chanceler entrega cargo após ser alvo da nova fase da Lava Jato

Publicidade

“Tendo sido o investigado questionado sobre possível autorização para uma busca na embarcação, o mesmo, orientado pelo seu advogado, recusou a autorização”, afirma o delegado Alessandro Netto Vieira, em ofício à juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, a quem pediu autorização – concedida – para buscas no barco.

A força-tarefa afirma a possibilidade de se tratar de “embarcação de grande porte, que pode vir a servir, ainda que remotamente, de alguma residência”, é necessário pedir expedição de novo mandado de busca à juíza federal Gabriela Herdt, responsável pela Lava Jato.

O delegado ressalta “a negativa do investigado em autorizar a policia a proceder buscas no local”, além da “chance de o local ser usado como ponto de esconderijo de documentos, valores ou objetos de prova”.

LEIA TAMBÉM: Lava Jato dribla Gilmar Mendes ao levar Paulo Preto para Curitiba

“Uma vez autorizadas as buscas, elas serão cumpridas pela mesma equipe de policiais que já se encontra no Guarujá para cumprimento de mandado na casa de praia do investigado, observando-se ainda a posterior apreensão do bem com nomeação de fiel depositário”, pediu.

Publicidade

A diligência já foi autorizada pela magistrada. “Diante disto, determino a expedição de mandado de busca e apreensão a ser cumprido na embarcação indicada”.