O ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) volta a Curitiba nesta quinta-feira (27) para depor ao juiz federal Sergio Moro como réu em processo em que é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por possível pagamento de propinas pela empreiteira Andrade Gutierrez em contrato com a Petrobras para obras de terraplanagem no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
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Será o primeiro depoimento do político ao juiz federal que comanda os processos da Lava Jato na primeira instância. Mas Cabral já esteve em Curitiba, preso, em dezembro passado. Passou sete dias na carceragem da Polícia Federal, no Santa Cândida, antes de ser transferido ao complexo de Bangu, no Rio, onde está detido desde então.
Cabral embarcou às 8 horas desta quinta-feira do Rio de Janeiro para Curitiba. A viagem estava marcada para ontem, mas o avião da Polícia Federal teve problemas técnicos e ele teve de voltar ao Rio.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o contrato para as obras, firmado originalmente em março de 2008 e com valor de R$ 820 milhões, sofreu cinco aditivos que o majoraram para R$ 1,18 bilhão. Em troca, a Andrade Gutierrez é suspeita de ter pago R$ 2,7 milhões em propinas.
Parte do dinheiro foi lavada com a compra de “bens com vultosos pagamentos em espécie”, anota Moro na decisão em que acolheu a denúncia contra Cabral e outros quatro denunciados -- Adriana Ancelmo, mulher do governador, e três ex-assessores do político na administração fluminense. Todos serão ouvidos em Curitiba nesta quinta-feira.
Os depoimentos de Cabral e dos demais réus é a última etapa de instrução -- ou seja, de formação de provas -- do processo. Em seguida, o juiz abre prazo para que acusação e defesa apresentem suas alegações finais. Depois, já pode emitir sentença.
O processo a que Cabral responde em Curitiba é apenas dos sete em que é réu por conta das investigações da operação Lava Jato. Os seis demais correm na Justiça Federal do Rio de Janeiro, e estão sob os cuidados do juiz Marcelo Bretas, que concentra as ações derivadas da operação no estado.
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