Um caminhoneiro foi morto na tarde desta quarta-feira (30) em Vilhena, no interior de Rondônia. Ele foi atacado, segundo o relato da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com uma pedrada que o atingiu na cabeça por manifestantes favoráveis à paralisação da categoria perto de um posto no quilômetro 8 da rodovia BR-364.
José Batistella, 70 anos, chegou a ser socorrido pelos bombeiros da cidade, mas não resistiu. É a primeira morte violenta registrada no movimento, que chegou ao seu 10º dia já com sinais de desgaste e desmobilização. Antes dois caminhoneiros que participavam de bloqueios sofreram infartos e morreram, em Tocantins e na Bahia. Em São Paulo, um terceiro manifestante teve um princípio de ataque cardíaco, mas sobreviveu.
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O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, lamentou a morte do motorista. A entrada da cidade de Vilhena é um dos três pontos que ainda geram de tensão no país. Lá, caminhoneiros resistem a cumprir o acordo com o governo federal que, em tese, resultou no fim da greve da categoria. O Exército está atuando nesta região, tentando desfazer pontos de bloqueio e organizar o controle de estrada. Mas a tropa mais próxima estava a oito quilômetros do ocorrido.
Há uma grande preocupação das autoridades federais também com a entrada sul de Fortaleza, onde as tropas federais ainda não conseguiram chegar. O porto de Santos é outra área considerada “muito delicada”, mas foi desobstruída nesta quarta, após dez dias de bloqueio. As tropas cercaram ostensivamente os acessos ao porto e um grupo de caminhoneiros que ainda estava no “retão” da Alemoa foi obrigado a deixar o local.
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Segundo Jungmann, havia no início da noite desta quarta 197 pontos de bloqueio em todo o país. Duas horas antes, às 17 horas, eram 267. Quantidade bem menor do que a registrada na noite de terça-feira (29), quando eram 616 pontos de obstrução. “Esses números são extremamente claros sobre a desaceleração que estamos tendo nesse momento”, afirmou.
O ministro também afirmou que houve 2.275 veículos de carga escoltados. Eles transportaram 36,3 milhões de litros de combustível. Também houve escolta de cloro, sulfato de alumínio, ração, alimentos, sangue e carga viva.
Prisões
Jungmann informou que dois homens foram presos por suspeita de envolvimento na morte do caminhoneiro em Rondônia e ressaltou que o caso será apurado pela instância estadual. “O principal suspeito foi preso pela Polícia Federal e neste momento está prestando depoimento. O chefe desse grupo também está detido e prestando depoimento”, afirmou, sem especificar qual grupo seria esse.
Questionado, Jungmann respondeu que era o “líder do grupo que lá estava”, mas que não sabe o nome. O grupo, de acordo com o ministro, estaria impedindo a passagem de caminhoneiros que queriam abandonar a paralisação.
Jungmann disse que a forma como o motorista foi morto, atingido por uma pedra na cabeça enquanto dirigia o caminhão, foi “absolutamente desumana”.
O ministro também informou que pediu um levantamento de todas as prisões que foram feitas pelas forças policiais durante a greve, mas que ainda não possui os dados exatos e que serão divulgados para a imprensa nos próximos dias.
Ele disse ainda que há uma operação concentrada no interior de Rondônia, considerada uma das áreas críticas. “Essas áreas críticas estão se reduzindo rapidamente”, ponderou.
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