A cerimônia de posse de Jair Bolsonaro como 38.º presidente do Brasil, em Brasília, foi histórica. Não apenas pela simbologia democrática do ato, mas também pela emoção expressada pelo novo mandatário da República, pela beleza e carisma inegáveis da primeira-dama Michelle, pela grande adesão popular, cerca de 115 mil pessoas, e por quebras de protocolo que deram mais leveza ao evento.
A agenda do evento começou por volta das 14h, quando a comitiva presidencial partiu da Catedral em direção à Esplanada dos Ministérios e depois ao Congresso Nacional. Lá, o novo presidente jurou defender a Constituição Federal, assinou o termo de posse e fez um primeiro discurso pedindo um “pacto nacional”.
Em seguida, após cumprimentos, seguiu para o Palácio do Planalto, onde foi recepcionado por Michel Temer. Ambos seguiram para o parlatório, onde Bolsonaro recebeu a faixa presidencial e se dirigiu às milhares de pessoas que estavam na Praça dos Três Poderes.
ASSISTA: Veja como foi a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro na Presidência
O evento terminou com uma recepção às delegações estrangeiras no Palácio do Itamaraty. Veja a seguir os melhores momentos da posse do capitão da reserva na Presidência da República:
Carro aberto e lágrimas nos olhos
Motivado pelo atentado sofrido pelo presidente durante a campanha eleitoral e por ameaças detectadas pelas forças de segurança, a presença de Bolsonaro a bordo do icônico Rolls Royce, carro utilizado tradicionalmente no percurso da Esplanada dos Ministérios nas posses presidenciais, era dúvida por razões de segurança.
Mas, contrariando os pedidos da segurança, o presidente optou por desfilar no veículo – que está no Brasil desde 1953 e foi usado pela primeira vez por Getúlio Vargas. Como medida de precaução, Bolsonaro usou um colete à prova de balas por baixo do terno usado na cerimônia de posse.
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o acompanhou do percurso da Granja do Torto até o Congresso Nacional, acenando para as pessoas que assistiam à passagem da comitiva. No trajeto, Bolsonaro se emocionou e chegou a chorar nos primeiros minutos do desfile, quando foi saudado pelos populares aos gritos de “mito”. A esposa também não se conteve.
Filho do presidente desfila no carro
O vereador Carlos Bolsonaro, um dos cinco filhos do novo presidente, também desfilou em carro aberto com o pai. Sentado na parte de trás, ele observou Jair o tempo todo, atuando como uma espécie de guarda-costas informal. A presença dele no Rolls Royce que conduziu também a primeira-dama chamou a atenção de quem acompanhava a cerimônia. Alguns auxiliares chegaram a demonstrar surpresa.
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Depois, relataram que Bolsonaro tinha manifestado nos últimos dias a intenção de reconhecer em público as ações de Carlos nas redes sociais que foram decisivas para a vitória do pai nas urnas. A cena foi considerada por pessoas no Planalto como uma demonstração de poder e influência do filho mais próximo de Bolsonaro.
Não é a primeira vez que um filho de presidente entra no carro. Paula, filha da ex-presidente Dilma Rousseff, esteve ao lado da mãe nos desfiles de posse de 2011 e 2015. Porém, nessas ocasiões, a petista desfilaria sozinha não fosse a presença da filha.
Cavalo se assusta
Logo no início do primeiro trecho do cortejo de Bolsonaro em direção ao Congresso Nacional, um dos cavalos dos Dragões da Independência aparentemente se assustou com o público. Por alguns segundos, ele se rebelou contra o cavaleiro, esbarrou em um animal que estava ao lado e forçou uma breve parada do Rolls Royce que conduzia o presidente e a primeira-dama. Um dos seguranças chegou a tentar empurrar o cavalo na tentativa de afastá-lo do veículo.
Apesar do susto, a confusão durou poucos segundos. Ninguém se feriu e o percurso da comitiva presidencial prosseguiu, conforme o protocolo.
Vaias a Maia e Temer
No Congresso Nacional, Jair Bolsonaro foi recepcionado pelos presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB). Eles sentaram lado a lado na mesa que presidiu a sessão extraordinária que deu posse ao capitão da reserva.
Apesar de se dirigir com simpatia a Maia, como “prezado amigo e companheiro” em seu primeiro discurso como presidente da República, Bolsonaro não evitou que o parlamentar fosse vaiado pelo público que acompanhava a posse presidencial.
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Populares do lado de fora do Congresso Nacional também vaiaram outros componentes na mesa da cerimônia, como Eunício Oliveira, que deixará o Senado no mês que vem já que não se reelegeu, e Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi aplaudida.
O agora ex-presidente Michel Temer também não escapou das vaias. Ao lado da esposa Marcela, ele foi alvo dos apupos da multidão, com gritos de “Fora, Temer” logo que apareceu no alto da rampa do Palácio do Planalto para recepcionar o casal Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão e sua mulher, Paula.
Após entregar a faixa, o ex-presidente e a mulher entraram, por volta de 17 horas, num dos elevadores do segundo andar e desceram até a garagem no subsolo, antes de saírem discretamente do Palácio do Planalto.
Discurso em Libras e beijaço no presidente
O segundo discurso de Jair Bolsonaro como presidente teve uma quebra de protocolo com a participação inédita da primeira-dama falando na Língua Brasileira de Sinais (Libras) ao público presente em frente ao Palácio do Planalto. Michelle Bolsonaro se expressou antes mesmo do próprio marido.
Em pouco mais de dois minutos, Michelle agradeceu o apoio e orações de eleitores em prol do marido desde o começo da campanha. Agradeceu também à família, amigos, mas especialmente ao enteado Carlos Bolsonaro pela parceria nos 23 dias em que o marido ficou internado em São Paulo após o atentado em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro.
“As eleições deram voz a quem não era ouvido. E os brasileiros querem paz, segurança e prosperidade. Um país em que todos sejam respeitados”, afirmou a primeira-dama, que planeja ampliar seu trabalho junto à comunidade surda. “Vocês serão valorizados e terão seus direitos respeitados. Tenho esse chamado no meu coração e desejo contribuir com o desenvolvimento do ser humano”.
Em seguida, atendendo a pedidos do público, Michelle deu dois beijos em Bolsonaro antes de concluir seu posicionamento. Ela encerrou o discurso agradecendo novamente pela saúde do marido e citou o slogan da campanha eleitoral, “Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos”.
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