| Foto: MAURO PIMENTEL/AFP

A 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, sob responsabilidade do juiz Marcelo Bretas, vinha apurando um contrato milionário da Eletronuclear para a construção da usina de Angra 3, que foi paralisado devido a suspeitas levantadas pela Lava Jato. O contrato, de R$ 162 milhões, foi firmado pela multinacional AF Consult, que subcontratou a AF Consult do Brasil, que por sua vez tem a Argeplan em seu quadro societário.

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Essa investigação, iniciada pela operação Radioatividade, da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, em 2015, desencadeou a prisão do ex-presidente Michel Temer.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) sustenta que a empresa, que tem como um de seus sócios o coronel João Baptista Lima Filho, pertence de fato ao ex-presidente Michel Temer.

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Ao lado da Argeplan, a empreiteira Engevix também foi subcontratada para a obra. Em 2016, um dos donos da Engevix, José Antunes Sobrinho, tentou, sem sucesso, fechar um acordo de delação com o Ministério Público. Ele relatou que o coronel Lima cobrou dele R$ 1 milhão para a campanha de Temer em 2014, em contrapartida à subcontratação da empreiteira.

Além desse caso, há outras oito investigações que atingem Temer. Veja um compilado dos casos:

Eletronuclear

O quê: Coronel João Baptista Lima Filho é suspeito de pedir, com anuência de Temer, R$ 1,1 milhão a José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, no contexto de um contrato para a construção da usina de Angra 3

Onde tramita: Justiça Federal no Rio

Reforma

O quê: Maristela, filha do presidente Michel Temer, e outros são suspeitos de lavagem de dinheiro por meio de reforma na casa dela, em São Paulo. Materiais foram pagos em dinheiro vivo por mulher de coronel amigo de Temer

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Onde tramita: Justiça Federal em SP

Tribunal paulista

O quê: Suspeita de superfaturamento e de serviços não executados pelo consórcio Argeplan/Concremat, contratado por cerca de R$ 100 milhões para realizar obras no Tribunal de Justiça de São Paulo. Para PGR, Argeplan pertence de fato a Temer

Onde tramita: Justiça Federal em SP

Terminal Pérola

O quê: Suspeita de contrato fictício, de R$ 375 mil, para prestação de serviço no porto de Santos

Onde tramita: Justiça Federal em Santos (SP)

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Construbase e PDA

O quê: PDA, uma das empresas do coronel Lima que consta de relatórios de movimentação financeira atípica feitos pelo Coaf, recebeu da Construbase, em 58 transações, R$ 17,7 milhões de 2010 a 2015. Outro contrato suspeito, de R$ 15,5 milhões, é entre Argeplan e Fibria Celulose, que atua no porto de Santos

Onde tramita: Justiça Federal em SP

Portos

O quê: Temer foi denunciado sob acusação de beneficiar empresas do setor portuário em troca de propina

Onde tramita: Passou a tramitar na Justiça Federal do DF em janeiro

Jantar no Jaburu

O quê: PF e PGR concluíram que Temer e ministros de seu governo negociaram com a Odebrecht, em um jantarem 2014, R$ 10 milhões em doações ilícitas para o MDB

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Onde tramita: Passou para a Justiça Eleitoral em SP

Quadrilhão do MDB

O quê: Temer foi denunciado sob acusação de liderar organização criminosa que levou propina de até R$ 587 milhões em troca de favorecer empresas em contratos com Petrobras, Furnas e Caixa

Onde tramita: Justiça Federal no DF

Mala da JBS

O quê: Temer é acusado de ser o destinatário final de uma mala com propina de R$ 500 mil e de promessa de R$ 38 milhões em vantagem indevida pela JBS

Onde tramita: Justiça Federal no DF

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