General Sergio Etchegoyen é ministro do Gabinete da Segurança Institucional do governo Temer.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou nesta quarta-feira (21), durante um cochilo dos senadores governistas, a convocação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), general Sergio Etchegoyen, e do diretor-geral do órgão de inteligência, Janér Tesch. O requerimento de convocação, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede- AP), pede esclarecimentos sobre a suposta espionagem contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da operação Lava Jato.

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Por se tratar de uma convocação, as autoridades têm 30 dias para comparecer perante a CDH ou sofrerão punições previstas em lei. Na manhã desta quarta, enquanto a CDH aprovava simbolicamente o requerimento de convocação, o governo estava com suas atenções voltadas para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde estava sendo lido o relatório da reforma trabalhista.

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A presidência da CDH é ocupada pela senadora Regina Sousa (PT-PI), a quem caberá marcar a data para ouvir Etchegoyen e Tesch. Por ser da ala de oposição, a senadora não deve demorar para agendar a oitiva.

De acordo com a revista Veja, o presidente Michel Temer teria ordenado que a Abin investigasse o ministro Fachin para tentar encontrar fragilidades na atuação dele no inquérito que investiga o peemedebista.

Ainda segundo a reportagem, a Abin teria sido acionada para tentar encontrar elos entre o ministro do STF e o empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS. Fachin autorizou a abertura de inquérito contra Temer usando como base a delação premiada de Joesley, que apresentou gravação feita por ele próprio de conversa comprometedora com Temer. De acordo com Veja, a investigação da Abin teria encontrado indícios de que Fachin voou em um jatinho da JBS dias antes da sua sabatina no Senado, em 2015.

Após a reportagem de Veja, deputados da oposição passaram a articular a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o suposto uso da Abin para investigar e constranger ministros do STF e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.