O Jornal Nacional, da Rede Globo, revelou neste sábado (19) um novo trecho do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), sobre movimentações bancárias suspeitas de Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República Jair Bolsonaro e senador eleito pelo Rio de Janeiro.
De acordo com o material obtido pela reportagem do JN, Flávio teria feito um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal. O Coaf diz que não conseguiu identificar o favorecido. Também não há data e nenhum outro detalhe do pagamento.
LEIA MAIS: Planalto age para que suspeita sobre Flávio Bolsonaro não se torne crise de governo
Ainda segundo informações do documento, o senador eleito tem operações muito parecidas com as feitas por Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), apesar de as datas serem diferentes.Queiroz é investigado por movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano.
Após o Coaf identificar movimentações suspeitas na conta de Queiroz, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu um novo relatório ao órgão, dessa vez sobre o filho de Bolsonaro.
O novo relatório aponta que Flávio, hoje deputado estadual e eleito senador, recebeu em sua conta bancária 48 depósitos em dinheiro entre junho e julho de 2017. Os 48 depósitos em espécie foram feitos no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj sempre no valor de R$ 2 mil.
VEJA TAMBÉM: Flávio Bolsonaro e o caso Queiroz: o que já se sabe e o que precisa ser esclarecido
Na quinta-feira (17), o ministro Luiz Fux, que está de plantão no Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar (decisão provisória) suspendendo a investigação do Ministério Público do Rio, até que Marco Aurélio volte do recesso e decida sobre a competência da corte.
A defesa de Flávio Bolsonaro argumenta que o Supremo tem de analisar se cabe assumir o caso, pois ele foi eleito e diplomado senador, tendo direito a foro especial em algumas investigações criminais.
Além disso, sustentou que o Ministério Público produziu provas ilegalmente ao solicitar ao Coaf seus dados bancários depois de confirmada sua eleição e sem autorização judicial. A Promotoria, porém, pediu as informações sobre Flávio em 14 de dezembro e foi atendida no dia 17 – um dia antes de ele ter sido diplomado senador, o que pode enfraquecer essa alegação.
Indignado
Procurada, a defesa de Flávio Bolsonaro informou que irá se pronunciar em momento apropriado. Flávio disse neste sábado que está tranquilo e indignado ao ser questionado pelo jornal O Globo em um voo entre Brasília e São Paulo. Flávio afirmou que vai falar na hora certa e que vai rebater os pontos um a um.
Na sexta-feira (18), em entrevista a Rede Record, Flávio Bolsonaro negou que tenha recorrido ao foro privilegiado de parlamentares federais para se “esconder” das investigações. “Não estou me escondendo atrás de foro nenhum”, disse Flávio ao Jornal da Record na noite. Na entrevista, o senador eleito também acusou o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) de ter quebrado ilegalmente seu sigilo bancário e de investigá-lo de forma oculta desde “meados do ano passado”.”
Deixe sua opinião