O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse neste domingo (25) ter determinado que seja feita uma análise sobre a Intentona Comunista, de 1935. O objetivo, segundo ele, é evitar derramamento de “sangue verde e amarelo”.
Intentona Comunista foi a tentativa de derrubar Getúlio Vargas da presidência da República em novembro de 1935.
“Determinei ao Exército que rememore a Intentona Comunista ocorrida há 83 anos”, afirmou, em postagem no Twitter. “Antecedentes, fatos e consequências serão apreciados para que não tenhamos, nunca mais, irmãos contra irmãos vertendo sangue verde e amarelo em nome de uma ideologia diversionista”.
Deflagrada pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), a Intentona Comunista foi uma rebelião político-militar liderada pelos tenentistas, entre eles Luís Carlos Prestes - que antes havia criado a Aliança Nacional Libertadora.
Quando Vargas declarou a ANL ilegal, foram iniciados levantes em quartéis de Natal, Recife e Rio de Janeiro. A rebelião foi contida pelo governo, após batalhas que resultaram na morte de oficiais.
Anualmente, o Exército promove uma solenidade em homenagem aos mortos.
Sem-terra
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já se manifestou sobre a Intentona Comunista, em discurso na Câmara em 1995. Na ocasião, ele disse que os comunistas foram derrotados em 1935 e, depois, em 1960, década que se iniciou o regime militar. Bolsonaro ainda sugeriu que o movimento persistia por meio dos trabalhadores sem-terra.
“Incansáveis, os agentes do satanismo marxista-leninista, mesmo privados de um de seus eixos de poder geopolítico, Moscou, continuam assanhadíssimos. Prova concreta disso são essas tropas, bem treinadas, municiadas, apetrechadas e muito mal disfarçadas, no movimento dos sem-terra”, disse na época.