O julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o assunto mais comentado das redes sociais mundiais nesta quarta-feira (24), com o tópico “MoluscoNaCadeia”. Esse era o tema mais tuitado por volta das 18 horas, quando foi proclamado o resultado do julgamento pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Enquanto “MoluscoNaCadeia” tinha 118 mil tuítes, a hashtag de apoio a Lula, “CadêAProva”, detinha a metade de menções, cerca de 61,3 mil.
Ao ser proclamado o resultado, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, publicou em sua página do Twitter: “O corporativismo sobrepôs a Constituição, a legalidade, a democracia, sustentando o golpe e os interesses da elite brasileira”.
Ao longo do dia, apoiadores de Lula e opositores utilizaram as redes sociais para comentar o julgamento. Um deles foi o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Ele usou a hashtag “MoluscoNaCadeia” para tecer seu comentário.
“Incrível! A hashtag #MoluscoNaCadeia está em primeiro lugar nos trending topics mundiais. O planeta quer a prisão do molusco. Só a esquerda chora e esperneia”, escreveu. “Sinal dos tempos: o sanduba servido a manifestantes lulistas era de pão com margarina. Sem Odebrechts, OASs, Joesleys, Wesleys, Eikes, não há mais dinheiro para comprar a mortadela aos manifestantes. E daqui a pouco, com Lula preso, sequer haverá manifestante. Só Chico Buarque”, publicou Jefferson.
Opositores de Lula também trouxeram à tona uma publicação antiga feita pela senadora Gleisi. Um tuíte dela de 2010 que esteve entre os mais citados e respondidos nesta quarta-feira elogiava a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Com a condenação de hoje, Lula se enquadra nas regras da lei e não pode ser eleito. “Aprovação do "Ficha Limpa" é importante avanço da democracia e torcemos para q já tenha validade para essas eleições”, publicou a senadora em 20 de maio de 2010.
O que os presidenciáveis comentaram sobre o julgamento de Lula
Ao longo do dia, alguns dos principais políticos e influenciadores que podem disputar as eleições presidenciais em 2018 se manifestaram sobre a condenação de Lula pelo TRF-4. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) publicou uma foto sua em frente a uma tela de TV, fazendo um sinal positivo com a mão e apontando para a frase “Relator aumenta pena de Lula para 12 anos e 1 mês”.
O empresário João Amoêdo (Novo), publicou em sua página no Twitter: “Um grande passo para termos um país sem impunidade, onde todos são iguais perante a lei e que a corrupção é tratada como um crime gravíssimo”.
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) compartilhou o link de transmissão ao vivo do julgamento. Sua equipe também compartilhou uma foto do desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Operação Lava Jato na 8ª Turma do Tribunal. Na foto, os dizeres “quantas curtidas ele merece?”. Dias também compartilhou uma imagem com a mensagem “Lula é condenado pelo TRF. Brasil: 3, Lula: 0”.
Marina Silva (Rede), ex-senadora e ex-ministra de Lula, publicou uma nota no dia 23 sobre o julgamento. O posicionamento não era favorável a Lula e defendia que os filiados da Rede se manifestassem sobre o julgamento de “maneira pacífica”.
“A REDE irá respeitar o resultado do julgamento pelo Tribunal Regional Federal – 4ª Região e lembra que o sistema judiciário possui seus próprios mecanismos de revisão de decisões que devem seguir critérios técnicos, independente da conjuntura política. Todos são iguais perante a lei e essa é a base do regime democrático em qualquer lugar do mundo”, publicou o partido.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se manifestou pelo Twitter às 17h30. “Talvez não termine hoje essa novela, porque cabe recurso, mas o importante não é se preocupar com adversário, é se preocupar com eleitor. Quem vai decidir a eleição é o povo”, escreveu.
Outros presidenciáveis ou influenciadores não se pronunciaram durante o julgamento: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD); o presidente da República, Michel Temer (PMDB); o ex-ministro Ciro Gomes; o prefeito de São Paulo João Dória; o apresentador de TV Luciano Huck e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa.
Ao final da sessão de julgamento, o Movimento Brasil Livre (MBL) utilizou as redes sociais para chamar seus seguidores para as manifestações em todo o país, o que chamaram de “carnaLula”. Também elogiaram os desembargadores do TRF-4.