| Foto: Marcos Oliveira /Agência Senado

 A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que manteve a condenação de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por danos morais, claro, foi ruim para a imagem do deputado. Mais que os R$ 10 mil que terá de pagar a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) por ter dito em 2014 que não a estupraria porque ela "é muito feia", vai doer ao parlamentar ter que publicar uma retratação na sua badalada rede social. Se a decisão for mantida. 

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Esse entrevero com a deputada não ocorreria hoje. Bolsonaro adotou uma linha "paz e amor" com os petistas, seus arqui-inimigos, há algum tempo. Exatamente desde que viu seu nome surgir como um presidenciável competitivo. Há algum tempo já não faz mais discursos pesados contra esses adversários no plenário e, em plena campanha que está para ser candidato ao Palácio do Planalto em 2018, tenta se restringir a defesa de suas propostas, gostem ou não delas. 

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A decisão do STJ colocou Bolsonaro numa sinuca de bico. Em outros tempos, sairia num rompante dizendo algo do tipo "não retiro o que disse". Mas não falará isso agora. Ele divulgou uma nota, seca e curta, respeitando a decisão do tribunal e disse que aguardará outro recurso sobre o caso, agora no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas suas redes, publicou outras pessoas o defendendo, caso do senador Magno Malta (PR-ES), que criticou a decisão do STJ. Em tempo: Malta deseja ser vice na chapa de Bolsonaro em 2018. 

A imagem radical que dá a ele entre 15% a 20% de intenções de voto é também, em parte, sua inimiga. Nas suas redes sociais, sim, ele polariza com Lula, seu principal adversário no momento, mas não anda pesando a mão. Bolsonaro anda dosando suas falas e discursos. E comportamento. Não sai mais pelos corredores da Câmara batendo boca. Assediado por visitantes e estudantes, se mostra solícito, posa para fotos, grava vídeos e surfa nessa popularidade. E vive esse novo personagem: à moda dele, um Bolsonaro paz e amor.