O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, já condenado na Lava Jato e réu em vários processos, acusado de intermediar cobrança de propina para o PT, pediu ao juiz Sergio Moro um novo interrogatório, para que possa colaborar com a Justiça. A petição foi apresentada nesta quinta-feira (27). Duque havia se mantido em silêncio até agora e tentava, sem sucesso, fechar acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal.
Na petição, Duque afirma que, livre de qualquer tipo de coação física ou mental, deseja colaborar com a Justiça na investigação dos fatos relacionados ao inquérito em que o ex-ministro Antonio Palocci é acusado de gerenciar uma conta corrente de propina da Odebrecht para o PT e determinar pagamentos ao publicitário João Santana no exterior.
Duque já foi condenado na Lava Jato, em primeira instância, a 57 anos de prisão e ainda responde a seis ações em andamento – uma delas é justamente a ação que envolve Palocci.
Ao contrário de Duque, o ex-ministro não ficou calado no depoimento a Moro e negou que tenha determinado pagamento a João Santana no exterior. Palocci admitiu a existência de caixa 2 nas campanhas dos partidos e que sabia que a Odebrecht havia provisionado valores para contribuir com a campanha petista. Durante a audiência, ele manifestou ao juiz Moro intenção de colaborar e disse que daria à Lava Jato mais um ano de trabalho, pelo menos, depois de mencionar, sem citar nome, participação de importante figura do mercado financeiro na arrecadação de campanhas.
Palocci negocia colaboração
O criminalista Adriano Bretas, de Curitiba, que já atuou em negociações de acordo de delação premiada de alvos da Operação Lava Jato, assumiu a defesa do ex-ministro Antonio Palocci. A mudança de advogado tem como objetivo negociar a colaboração do petista com investigadores.
Preso desde setembro de 2016 na Operação Omertà – desdobramento da Lava Jato –, o ex-ministro vinha sendo defendido pelo criminalista José Roberto Batochio, conhecido por sua posição contrária à delação premiada. Não há delatores entre seus clientes, que incluem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Guido Mantega.
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