“Vai ter ironia, bom humor e debate”, prometeu um sorridente Kim Kataguiri minutos antes do início do 2.º Congresso do Movimento Brasil Livre Paraná. Mas a casa não encheu – a organização confirmou a venda de 120 ingressos, mas nem mesmo esse público parece ter ido ao auditório de 338 lugares do campus Jardim Botânico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba – , o evento atrasou e ele mesmo teve a fala interrompida, por volta das 22h15. Era preciso fechar o salão e entregar as chaves.
Nada que tenha parecido incomodar os presentes. Kataguiri autografou um bom punhado de exemplares de seu livro, uma coletânea de artigos de opinião que publicou no jornal “Folha de S. Paulo”. Outro palestrante, Luiz Philippe de Orleans e Bragança também distribuiu autógrafos no livro dele, “Por que o Brasil é um país atrasado”.
“O meio é a política. Hoje temos uma onda liberal que é favorável a nós. E o pêndulo ideológico também. Hoje, cortar verba para carnaval e extinguir secretaria de direitos humanos rende aplausos. Mas, daqui a dez anos, vão esquecer a Lava Jato e a esquerda pode chegar ao poder novamente. Temos que aproveitar a janela histórica para mudar o Planalto e o Congresso”, disse Kataguiri, em sua breve fala, iniciada depois das 22 horas – horário em que o evento deveria terminar.
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“Somos nós ou o Romero Jucá que vamos levar o liberalismo para o estado?”, questionou Kataguiri, em dado momento . Antes dele, coube à celebridade do YouTube Raphael Lima provocar a plateia questionando o slogan presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). “Me preocupa um candidato com o slogan ‘Brasil acima de tudo’. Acima de você? E quando você discorda do Brasil?”, perguntou ele, que foi apresentado como um “anarco-capitalista”.
Orleans e Bragança, por seu turno, clamou por uma nova constituinte. “Todos os problemas do Brasil apontam para a Constituição de 1988, como naquele PowerPoint do Lula”, falou. “Tudo está lá. Muita concentração de poder no Executivo, o centralismo em Brasília, a falta de soberania popular ante o Estado e a excessiva intervenção estatal na economia.”
Liberal ou reacionário?
Em sua primeira parte, sob o tema “A nossa crise vai além dos porões da política”, o movimento debateu temas morais. “Vivemos sob uma agenda sombria que pretende mudar valores ancestrais”, argumentou o primeiro conferencista da noite, o escritor Alcione Giacomitti. “O politicamente correto está nos amordaçando. O paradigma que sustenta a humanidade – homem nasce homem e mulher nasce mulher – está sendo quebrado. E quem está quebrando? As feministas”, disse a psicóloga Marisa Lobo.
O resultado disso, segundo ela, é que, na Europa, “as mulheres estão masculinizadas, os homens feminilizados, o casamento heterossexual acabou, e o continente foi dominado pelo mundo muçulmano”. “Estamos aqui juntos para fazer que o mundo perceba que essa esquerda entrou para destruir qualquer regra, qualquer base”, disse lobo. “Acabou a vez deles. Eles não têm mais vez na sociedade”, meio que respondeu o advogado Pierre Lourenço, terceiro a falar.
“Debaixo do manto da cultura, se pode fazer tudo. Aquilo que chamam de arte é uma vergonha, uma afronta às famílias, às religiões. Estão tentando enfraquecer as famílias porque interessa para esses grupos de esquerda promover o caos. Não podemos assistir a isso pacificamente”, completou o deputado estadual Gilson de Souza (PSC).
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