Diante da queda no nível dos reservatórios e uma maior pressão de consumo devido à recuperação da economia, o governo federal deve manter por um período prolongado a cobrança extra na conta de luz, chamada de bandeira vermelha. Também estão em estudo outras ações, como mudança na gestão de reservatórios e uma campanha para controlar o consumo.
“A hidrologia e a situação dos reservatórios é das piores, mas não é a pior. Nós temos hoje uma condição muito mais confortável”, disse o ministro-interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, nesta quinta-feira (5), durante evento do setor elétrico, em Brasília. “Nossa condição de atendimento não é comparável a momentos do passado, em que houve um stress. Temos conforto no atendimento, mas a expectativa é de preço alto. O mais correto com a sociedade é dar transparência e comunicar o preço”, afirmou Pedrosa.
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Diversas medidas estão sendo planejadas pelo governo para evitar problemas de abastecimento ou stress do setor elétrico. Entre elas, estão uma mudança na gestão dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a reforma no modelo de gestão do setor elétrico, que deve ser enviada ao Congresso por meio de uma medida provisória (MP), ainda este ano.
Nesta quinta-feira, o Ministério de Minas e Energia publicou no Diário Oficial da União (DOU) a determinação de realização de leilões de energia para que as distribuidoras possam comprar energia para fornecer a seus consumidores. Essa definição sobre a realização de leilões de energia foi adiada ao longo deste ano, com incertezas sobre a necessidade de compra de eletricidade pelas distribuidoras, resultado da redução da demanda fruto da crise econômica dos últimos anos, mas agora voltou a ser necessária.
Para Pedrosa, a retomada econômica já permite ao governo planejar a realização de novos leilões. “Essa perspectiva de demanda vai convergir para o leilão. É notícia positiva, promove a retomada dos investimentos no setor elétrico, que é um sinal da retomada da economia”, afirmou.
Essa maior procura por energia pode elevar ainda mais o custo para o consumidor. Pedrosa, porém, garante que a oferta está adequada, com empresas interessadas em vender energia para as distribuidoras.
Campanha
Com incertezas sobre o comportamento das chuvas nos próximos meses, o governo prepara a realização de uma campanha pelos meios de comunicação para estimular a redução do consumo e alertar para o custo da energia elétrica.
“Está chovendo pouco, o custo está caro. O uso racional da energia é bom para o país, reduz a conta de todo mundo”, afirmou Pedrosa.
O diretor-presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, destaca a necessidade de conscientizar o consumidor sobre esse cenário.
“Não sabemos como será o próximo período chuvoso. Temos segurança sobre o sistema e o fornecimento de energia, mas temos de conscientizar sobre o custo dessa energia. Vai custar cara. Não faltará. É como quando há uma elevação do preço da carne. Podemos consumir carne, não faltará, mas é preciso estar consciente de que será cara”, afirmou Barata.
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