Em crise nos últimos três anos, os Correios devem fechar 513 agências próprias e demitir em torno de 5.300 funcionários nos próximos meses. A decisão foi tomada em fevereiro durante uma reunião da diretoria e, desde então, foi mantida em sigilo pela direção da empresa. Os participantes da reunião precisaram assinar um termo de confidencialidade. As informações foram divulgadas pela jornalista Andreza Matais, editora da Coluna do Estadão em Brasília.
De acordo com documentos divulgados pelo jornal, na lista há agências com alto faturamento. Em Minas, das 20 mais rentáveis, 14 deixarão de funcionar. Os clientes serão atendidos por agências franqueadas que funcionam nas proximidades das que serão fechadas. Em São Paulo, serão fechadas 167 agências – 90 na capital e 77 no interior.
Cópia de parte do documento da reunião da direção dos Correios divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“A decisão causa polêmica dentro dos Correios. O assunto foi tratado como extrapauta na reunião da diretoria sem o anexo da relação de agências. A desconfiança é de que a medida foi tomada para beneficiar os franqueados”, escreveu Andreza Matais.
Ao jornal, o ex-presidente dos Correios Guilherme Campos justificou que serão fechadas agências próprias que ficam muito próximas de outras operadas por agentes privados. Ele disse, segundo Matais, que o número de demissões pode ser até maior. Vai depender da capacidade financeira da empresa para indenizar os trabalhadores.
“A decisão exigiu sigilo, segundo o ex-presidente, porque envolve a demissão de muitos funcionários da empresa. A economia anual com o fechamento das agências somada às demissões é calculada em R$ 190 milhões.”
A direção dos Correios não pronunciou sobre o caso. Na assessoria de comunicação da empresa, em Brasília, ninguém atende neste sábado (6).
Crise
Em 11 de março a Gazeta do Povo publicou reportagem em que mostra a grave crise por que passa os Correios. A estatal acumulou prejuízos de cerca de R$ 6 bilhões nos últimos três anos e reduziu em13,6% o seu quadro de funcionários desde 2013. Além disso, a empresa enfrenta uma explosão de reclamações de clientes por falhas nos serviços de entregas, além de paralisações seguidas de funcionários.
Veja abaixo a íntegra do documento:
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