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Ligado a Temer, Marun é escolhido relator da CPI mista da JBS | Fabio Rodrigues Pozzebom
Agência Brasil
Ligado a Temer, Marun é escolhido relator da CPI mista da JBS| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom Agência Brasil

A escolha do principal membro da tropa de choque do presidente Michel Temer, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), para relatar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS causou uma debandada de membros em sua primeira reunião de trabalho. Os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Otto Alencar (PSD-BA) deixaram o grupo acusando a comissão de ser “chapa branca”.

A CPMI, que foi criada para investigar suspeitas de ilicitudes da empresa do ramo de frigoríficos, é vista como um grupo político formado para enfraquecer as acusações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os delatores do grupo J&F, controladora da JBS. 

"As evidências são de que essa CPI não quer investigar coisa alguma. [...] Na medida que você coloca chefe de tropa de choque para fazer isso ou aquilo, fica evidente que essa será uma investigação parcial e eu não participo disso, por isso pedi o afastamento", declarou Ferraço. 

Otto Alencar abandonou o colegiado irritado e bateu a porta da sala com força. "Essa CPI é chapa branca para fazer o que o Palácio do Planalto quer. Estou envergonhado pelo senhor ter ido ao Palácio e indicado o maior representante do governo aqui", disse o senador se direcionando ao colega Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da comissão, que esteve com Temer no fim de semana no Palácio do Jaburu. 

Após deixar a sala da reunião, Alencar afirmou que vai pedir a saída grupo e disse que a CPMI é um “jogo combinado” para “absolver amigos e penalizar adversários”. 

Questionado sobre o encontro com o Temer, Ataídes negou que a CPMI tivesse sido tratada com o peemedebista. Na reunião, segundo ele, foram discutidas questões envolvendo obras de uma estrada no estado de Tocantins. 

Marun, por sua vez, afirmou que não quer “espetacularização” nem “palanque eleitoral” na comissão e criticou os parlamentares que deixaram a investigação. “Se a minha nomeação como relator gerou descontentamento, espero que minha atuação não produza descontentamento”, comentou. O deputado é defensor ferrenho de Temer.

Em seu primeiro dia de trabalhos, o grupo não analisou os pedidos de convocação de investigados para falarem na CPI mista.

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