Com diagnóstico de que precisa melhorar a imagem entre os paulistanos, de olho em 2018, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) afirmou que vai reduzir o ritmo de viagens pelo Brasil e que deve “focar na periferia” nos próximos meses. Paralelamente, ele anunciou ontem a maior mudança em sua equipe para manter o apoio da base aliada, especialmente dentro de seu partido. Com isso, pretende resolver atritos internos que estariam dificultando ações da prefeitura.
Doria ainda tem cinco viagens nos próximos dois meses para o Norte e o Nordeste, mas deixará de buscar novas saídas até o fim de ano. O alto número de deslocamentos é alvo de críticas, já que ele viajou, na média, em um de cada cinco dias de seu mandato. O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar essas viagens.
“Eu mesmo vou fazer um reposicionamento. Nosso foco, desde a semana passada, está mais determinado ainda na cidade e na periferia. Essa é nossa opção estratégica de fortalecimento da gestão na cidade”, disse ele nesta quarta (1º), no evento em que anunciou a reforma no primeiro escalão.
Acalmando os tucanos
Entre as mudanças apresentadas por Doria está a realocação do vice-prefeito (PSDB) da Secretaria das Prefeituras Regionais para a Casa Civil, onde poderá cuidar articulação política e nomear cargos no governo a pedido de vereadores. Com isso, Doria fortalece Covas, que nos bastidores já é chamado de “o prefeito mais jovem da cidade” (ele tem 37 anos), dada a possibilidade de assumir a prefeitura a partir de abril, quando vence o prazo para Doria deixar o cargo caso saia candidato em 2018.
O anúncio foi feito diante de militantes tucanos como apaziguar os ânimos dentro do partido. Desde a semana passada, quando o braço direito do vice-prefeito, Fabio Lepique, foi demitido por Doria, uma ofensiva de aliados da dupla tomou os grupos de WhatsApp do PSDB — havia até um coração, similar ao logotipo do programa Cidade Linda, de Doria, com a sigla BC (Bruno Covas). Nesta quarta (1º), militantes gritaram “Um, dois, três, é Covas outra vez” em uma manifestação de apoio ao vice.
Além disso, mais mudanças na equipe são esperadas para abril, quando João Doria deve deixar o cargo para concorrer à presidência, vice ou ao governo paulista. O prefeito trava disputa interna com Geraldo Alckmin dentro do PSDB para ser candidato ao Planalto. Numa eventual saída da prefeitura, secretários mais próximos de Doria também entregariam os cargos.
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