Ministro Henrique Meirelles é cotado para presidente em 2018: se quiser ser candidato, ele precisa deixar a Fazenda em abril.| Foto: Wilson Dias /Agência Brasil

O governo Michel Temer deve mudar de cara a partir de abril do ano que vem. Dos 28 ministros, pelo menos 18 devem abandonar os cargos para se candidatar nas eleições de outubro de 2018. Essa perspectiva está causando preocupação no segundo escalão dos ministérios e entre técnicos, que correm para fechar o quanto antes projetos e medidas, com medo de que fiquem no papel após abril.

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Os deputados e senadores que hoje chefiam os ministérios estão em fim de mandato e buscarão se manter na vida política. Pela lei eleitoral, os parlamentares que ocupam cargos no Poder Executivo devem se desincompatibilizar desses postos seis meses antes de disputarem eleições, ou seja, em abril. 

Mesmo entre os ministros que não foram eleitos para cargo parlamentar surgem nomes que podem se candidatar, aproveitando a visibilidade do cargo. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem sendo apontado como potencial candidato à Presidência da República. 

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Nos ministérios, os técnicos de carreira e autoridades temem que os cargos ministeriais sejam redistribuídos entre aliados do presidente Michel Temer que não irão disputar eleições, o que poderá alterar as prioridades de gestão no último ano de governo. Por isso, a ordem nos ministérios geridos por políticos é de desovar projetos e concluir pautas. 

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A corrida dos técnicos para encerrar ainda este ano as pautas prioritárias fica ainda mais intensa com a proximidade do fim do ano. A percepção é de que com as festas de final de ano muitos dos ministros-candidatos já foquem suas viagens e esforços das pastas que comandam em ações nos seus estados, iniciando uma campanha prévia. 

Pautas do governo também devem empacar no Congresso

Também é preocupante entre os técnicos e autoridades do governo federal a morosidade que deve tomar conta no Congresso em 2018. Focados nas eleições, senadores e deputados também devem estabelecer um ritmo mais lento para tocar as pautas do governo que dependem de aprovação na Câmara e Senado. 

Além disso, dificilmente em ano eleitoral parlamentares votarão medidas com grande reflexo em seus eleitores e doadores de campanha. 

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Por isso, a correria em mandar projetos ainda neste bimestre é intensa nos ministérios – e em alguns casos pode causar uma sobrecarga de pautas e temas em debate ao mesmo tempo.