| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

No próximo dia 28, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin vão ficar frente a frente para o depoimento da petista em um processo ao qual ela responde. Grande defensora da nomeação de Fachin para o cargo, a presidente do PT deverá ser a primeira política a ser julgada por ele na Lava Jato, no Supremo.

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Gleisi, junto com a bancada paranaense no Senado, foi responsável por defender a nomeação de Fachin para o Supremo em 2015. Ele foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para ocupar a cadeira deixada por Joaquim Barbosa, que se aposentou mais cedo que o previsto. A nomeação levantou uma série de polêmicas – a principal delas foi o fato de Fachin ter sido filmado pedindo votos para Dilma na campanha de 2010.

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Antes da sabatina no Senado que confirmou Fachin no cargo, Gleisi comemorou a indicação do paranaense para o Supremo. Segundo a senadora, seria uma honra para o Paraná ter alguém como Fachin no STF.

“Tem todas as qualificações para o posto. É muito respeitado no mundo jurídico. Não só no estado do Paraná. É uma indicação suprapartidária, assinaram pelo nome dele a bancada toda do Paraná, independente de partido político, os três senadores inclusive, eu do PT, o Requião do PMDB e o Álvaro Dias do PSDB”, disse Gleisi na época.

Durante a sabatina no Senado, quando Fachin era contestado pelos senadores de oposição ao governo Dilma, Gleisi bancou sua indicação e defendeu o professor. O paranaense negou ter qualquer inclinação partidária e prometeu atuar com independência.

“Gostaria de salientar, se Vossa Excelência me permite, que não tenho nenhuma dificuldade, nenhum comprometimento, caso, eventualmente, venha a vestir a toga do Supremo Tribunal Federal, em apreciar e julgar qualquer um dos partidos políticos que existam em nossa Federação”, ponderou Fachin ao responder uma pergunta do senador Humberto Costa (PT-PE).

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Ao fim do procedimento, Gleisi parabenizou mais uma vez o ministro, em sua página no Facebook. “Conheço a sua trajetória, a sua postura, seus posicionamentos, por isso, sempre tive a convicção de que o Fachin será um excelente magistrado para o STF e honrará muito o Supremo Tribunal Federal e honrará muito o Brasil. Será motivo de orgulho para todos os paranaenses”, escreveu a petista.

Distância da Lava Jato

Inicialmente, nada levava a crer que Fachin acabaria responsável pelos processos da Lava Jato no Supremo. Ao ser nomeado, o paranaense passou a fazer parte da 1.ª Turma da Corte – os processos da Lava Jato são de responsabilidade da 2.ª Turma. À época da nomeação de Fachin, o relator da operação no STF era o ministro Teori Zavascki – morto em janeiro deste ano em um acidente de avião.

Antes de sortear o novo relator para a Lava Jato, a presidente do STF Carmen Lucia aceitou a transferência de Fachin da 1.ª para a 2.ª Turma. Por ter menos processos pendentes que os demais colegas, o paranaense acabou sorteado para conduzir os processos da Lava Jato.