A defesa do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) afirma, em nova nota divulgada neste sábado (27), que “desconhece” o papel com a inscrição “CX 2” encontrado entre os documentos apreendidos durante a Operação Patmos, deflagrada no último dia 18, e que os documentos evidenciam que nada comprometedor foi encontrado contra o tucano, atestando a “lisura de seus atos”.
A Polícia Federal (PF) informou na sexta-feira (26) ter encontrado comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, entre elas a inscrição “CX 2”. “Todas as campanhas das quais participou o senador ocorreram em absoluto respeito à legislação vigente. Por isso, repudiamos com veemência ilações apressadas que vêm sendo feitas sobre os citados documentos e aguardamos acesso a eles para que todos os esclarecimentos sejam feitos e eventuais dúvidas sanadas”, diz a nota, assinada pelo advogado Alberto Toron.
Em mensagem divulgada na sexta, a defesa de Aécio havia dito que a inscrição não era indício de ilegalidade. A nota de sábado reitera essa afirmação. “Quanto à citada inscrição ‘CX 2’ em uma folha de papel, desconhecida por nós, a defesa do senador aguarda o mais rapidamente possível ter acesso a esse ‘papel’ para demonstrar que não se refere a qualquer irregularidade”, afirma o advogado.
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No relatório de apreensão, a PF informou o recolhimento de um aparelho bloqueador de sinal telefônico, uma escultura e 15 quadros - um deles com a inscrição “Portinari”. A defesa explica que o quadro de Portinari foi uma pintura feita em 1961 para o ex-presidente Tancredo Neves, avô de Aécio. “Além de estar na família há quase 60 anos, o quadro consta de todas as principais publicações sobre o autor com referências ao seu proprietário”, diz o advogado.
“Em relação ao aparelho de bloqueio de celulares, ele foi oferecido ao senador ainda na campanha presidencial de 2014, quando suspeitava-se de que conversas da sua equipe poderiam estar sendo gravadas. Porém, o aparelho jamais foi utilizado pelo senador”, justifica Toron.
O relatório do material apreendido no gabinete do senador tucano inclui “folhas impressas no idioma aparentemente alemão, relativo a Nobert Muller”. Muller e a esposa, Christine Puchmann, são doleiros que já foram investigados na Justiça Federal do Rio de Janeiro, na Operação Norbert.
O casal, segundo as investigações no Rio de Janeiro, seria responsável por criar e manter contas bancárias em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa. Na investigação havia uma referência a Inês Maria Neves Faria, mãe do senador tucano. Os doleiros foram denunciados mas o inquérito foi arquivado.
Em resposta, a defesa de Aécio alega que se trata de um documento público e sua cópia foi solicitada pela defesa após citações nos veículos de comunicação “exatamente para demonstrar que a referência feita à mãe do senador havia sido arquivada por não conter irregularidades”.
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