Preso desde outubro do ano passado na Lava Jato, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (14) no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Michel Temer (PMDB) devido à delação premiada dos donos da JBS. Antes do depoimento, advogados de Cunha disseram que ele iria falar o que sabe sobre os assuntos que são alvo da investigação. Na saída, o advogado Rodrigo Sanchez Rios afirmou que foram feitas 47 perguntas: cerca de metade sobre o suposto uso de dinheiro do FGTS no esquema de corrupção (questões que Cunha não respondeu) e as demais sobre a JBS (que foram respondidas).
Sanchez Rios afirmou ainda que Cunha negou ter tido seu “silêncio” comprado pela JBS com a anuência de Temer. Segundo o advogado, o silêncio de Cunha nunca esteve à venda.
O inquérito contra Temer foi aberto por ordem do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, depois da homologação do acordo de colaboração premiada dos executivos da JBS, em maio deste ano. Em uma gravação entregue pelo dono da empresa, Joesley Batista, à Procuradoria Geral da República (PGR), o presidente Michel Temer parece concordar com uma mesada pega pela JBS a Cunha para que ele permanecesse em silêncio e não firmasse acordo de colaboração premiada com a Justiça.
As perguntas para Cunha foram elaboradas pela Polícia Federal em Brasília, que conduz o inquérito, mas quem conduziu a oitiva em Curitiba foi o delegado da PF Maurício Moscardi Grillo. A íntegra do depoimento ainda não foi divulgada.
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As pergunta para Temer
A expectativa dos advogados de Cunha era de que fossem feitas pela PF algumas das perguntas elaboradas pelo próprio deputado ao intimar Temer como testemunha de defesa em um processo na Lava Jato, em novembro do ano passado. Metade das questões, à época, foram vedadas pelo juiz federal Sergio Moro por não terem relação com aquela ação. Até o momento, não houve confirmação se alguma das perguntas chegou a ser formulada no depoimento desta quarta.
Moro considerou algumas das perguntas elaboradas por Cunha como uma maneira de intimidar o presidente. A defesa de Cunha tentou adiar o depoimento, alegando não ter tido acesso à investigação, mas o pedido não foi atendido pelo Supremo.
Deputado da mala
O inquérito contra Temer também investiga a relação do presidente com a entrega de uma mala com R$ 500 mil de propina ao ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures, preso na operação Patmos. O valor seria uma contrapartida da empresa pelo auxílio de Rocha Loures em questões administrativas da JBS com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O inquérito investiga se Temer seria beneficiário de parte do valor recebido por Loures.
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