A J&F declarou neste domingo que seus executivos Joesley Batista e Ricardo Saud “não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada”. Em nota, o grupo assinalou que os executivos “estão cumprindo o acordo”.
No texto, a defesa de Joesley Batista e Ricardo Saud enfatiza que ambos “se apresentaram voluntariamente à Superintendência da Polícia Federal, na tarde de hoje [domingo, 10], em São Paulo”. Joesley e Saud tiveram a prisão decretada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por suposta violação do acordo de delação.
“Em todos os processos de colaboração, os colaboradores entregam os anexos e as provas à Procuradoria e depois são chamados a depor. Nesse caso, Joesley Batista e Ricardo Saud ainda não foram ouvidos”, diz a defesa. Segundo a nota, no dia 31 de agosto, “cumprindo o prazo do acordo, além dos áudios, foi entregue uma série de anexos complementares, e os dois colaboradores ainda estão à espera de serem chamados para ser ouvidos”.
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Marcelo Miller
O advogado e ex-procurador Marcello Miller também divulgou comunicado neste domingo, no qual diz repudiar “veementemente o conteúdo fantasioso e ofensivo das menções ao seu nome nas gravações divulgadas na imprensa”. Ele ainda afirma que “jamais fez jogo duplo ou agiu contra a lei”. Suspeitas de intervenção do ex-procurador da República no processo de delação premiada dos executivos da empresa J&F na Operação Lava Jato levaram Rodrigo Janot a também pedir a prisão de Miller – negada, porém, por Fachin.
No texto divulgado pela sua assessoria de imprensa, Miller cita uma série de evidências de que não favoreceu os executivos da J&F. Ao fim, conclui que sempre acreditou na Justiça e nas instituições e que está à disposição para prestar esclarecimentos e auxiliar nas investigações. Entre os argumentos a seu favor, afirma que não tinha contato com Janot e atuação na Operação Lava Jato desde outubro de 2016. Ele afirma ainda que nunca atuou na Operação Greenfield, que investigou irregularidades envolvendo a J&F, nem na Procuradoria da República em Brasília.
“Enquanto procurador, nunca atuou em investigações ou processos relativos ao Grupo J&F, nem buscou dados ou informações nos bancos de dados do Ministério Público Federal sobre essas pessoas e empresas. Pediu exoneração em 23/2/2017, tendo essa informação circulado imediatamente no MPF (Ministério Público Federal). Nunca obstruiu investigações de qualquer espécie, nem alegou ou sugeriu poder influenciar qualquer membro do MPF”, diz a nota.
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