O procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal de Curitiba, resolveu bater de frente com o presidente da República Michel Temer, nesta quarta-feira (4), na internet.
Deltan ironizou uma postagem na conta oficial de Temer no Twitter, feita no dia anterior, que reclamava da segunda denúncia criminal feita contra o peemedebista pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
“Precisamos lidar com mais uma denúncia inepta e sem sentido, proposta por uma associação criminosa que quis parar o País”, tuítou o presidente, numa clara referência à delação premiada fechada na gestão Janot com executivos da J&F, controladora da JBS. O acordo de colaboração foi rompida.
Precisamos lidar com mais uma denúncia inepta e sem sentido, proposta por uma associação criminosa que quis parar o PaÃs.
— Michel Temer (@MichelTemer) 3 de outubro de 2017
Deltan retrucou, também via Twitter: “Só há uma associação criminosa que quis parar o país: aquela que desviou bilhões de reais dos brasileiros e deve responder por isso”.
O tuíte do procurador surtiu efeito rapidamente. Foi curtido por mais de 800 pessoas e compartilhado por 350 vezes, além de gerar cerca de 100 comentários, por volta das 15h30 desta quarta.
Só há uma associação criminosa que quis parar o paÃs: aquela que desviou bilhões de reais dos brasileiros e deve responder por isso https://t.co/KscQyLFG4e
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) 4 de outubro de 2017
Temer é acusado pela Procuradoria-Geral da República por obstrução da Justiça no caso JBS e organização criminosa no inquérito do “quadrilhão do PMDB” na Câmara. O pedido de abertura de ação penal (denúncia) foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 14 de setembro. Como tem prerrogativa de foro, o caso deve correr na Corte.
Porém, segundo a Constituição, um presidente da República em exercício só pode ser processado com aval da Câmara dos Deputados. A denúncia já foi remetida à Casa presidida por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e começou a tramitar nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça.
Desde segunda-feira, Temer intensificou as articulações e encontros com parlamentares na tentativa de barrar o prosseguimento da denúncia. Em agosto, o peemedebista conseguiu derrubar na Câmara a primeira denúncia feita por Janot, sobre corrupção passiva.
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