O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou para a prisão em Curitiba, depois de acompanhar o velório e a cremação do neto Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, que faleceu na sexta-feira (1º) em decorrência de uma meningite bacteriana. Ele desembarcou no aeroporto do Bacacheri, na capital paranaense, perto das 15h40 e cerca de cinco muitos depois chegou a carceragem da Polícia Federal.
Lula foi liberado pela Justiça na sexta-feira para acompanhar o velório do neto. O ex-presidente deixou a cela por volta das 7 horas da manhã deste sábado (2) e, com um forte esquema de segurança, chegou a São Paulo, capital, por volta das 8h30, em um avião emprestado pelo governo do Paraná.
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Depois, ele seguiu de helicóptero até um heliponto próximo a cidade de São Bernardo do Campo (SP). Em seguida, entrou num carro escoltando por 26 agentes e chegou por volta das 11h da manhã no cemitério Parque da Colina, onde aconteceu o velório e a cremação de Arthur.
Como foi a volta
Por volta das 13h15 deste sábado (2), Lula saiu de carro do cemitério em São Bernardo do Campo em direção até um heliponto. De lá, às 14h05, subiu em um helicóptero que o levará até o aeroporto de Congonhas, na capital paulista, onde deve pegar um avião para Curitiba.
Às 14h14 o avião cedido pelo governo do estado do Paraná decolou de Congonhas com destino a Curitiba. O ex-presidente desembarcou no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, às 14h40 e cerca de cinco minutos depois chegou a carceragem da Polícia Federal.
Apoiadores aguardam a chegada de Lula
Na frente do prédio da Polícia Federal em Curitiba cerca de 100 apoiadores esperaram a volta do ex-presidente. Eles estavam num espaço cercado, onde ergueram uma faixa em que está escrito “Arthur vive!” e “Força Lula”.
Promessa
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou entre quatro e cinco minutos durante o velório do neto. Segundo o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que participou do velório, Lula prometeu ao neto que iria “provar que os ladrões chegaram ao poder” e “que ele não é ladrão”.
Ainda de acordo com Valente, Lula ficou todo o período ao lado dos familiares e disse também que o neto iria encontrar no céu a avó e ex-primeira-dama Marisa, mulher de Lula, que morreu em 2017. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que foi candidato do PT a presidente no ano passado, disse que Lula está triste “com tudo o que está acontecendo” e afirmou que não se pode subestimar a dor do ex-presidente.
Como foi o velório
O ex-presidente pôde permanecer por 1h30 no local e não pôde sair da sala reservada ao velório e à cremação. Também não pôde falar com apoiadores, que os esperavam do lado de fora.
Inicialmente, apoiadores de Lula não poderiam entrar no cemitério. Mas, depois, com centenas de pessoas aglomeradas na entrada, a Polícia Militar (PM-SP) autorizou a entrada. Os militantes, porém, não puderam entrar no espaço reservado ao velório e à cremação.
Eles conseguiram acompanhar apenas quando o ex-presidente chegou ao local. Eles rezaram, aplaudiram, gritaram palavras de ordem, cantaram e pediram para ver o petista, que acenou para as centenas de pessoas que se aglomeravam no cemitério. Os apoiadores rezaram um Pai-Nosso em seguida.
Mais tarde, de dentro do crematório, uma pessoa chegou a pedir que os apoiadores fizessem silêncio para que Lula se despedisse do neto. Em seguida, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, ao lado de Gleisi Hoffmann, explicou à militância que Lula não pôde sair para fora do crematório nem falar ao público, uma condição imposta no acordo fechado com a Justiça.
Com o forte esquema de segurança, apenas família e poucos políticos tiveram acesso a Lula dentro do crematório. Segundo relatos de pessoas que estiveram ali, Lula chorou compulsivamente ao entrar.
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