O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta quarta-feira (07) que a deputada federal Tereza Cristina da Costa Dias (DEM-MS) será a ministra da Agricultura. O anúncio foi feito através da conta de Bolsonaro no Twitter. Ela é a primeira mulher a compor o primeiro escalão do governo.
O nome é uma indicação de representantes da Frente Parlamentar da Agricultura, que estiveram nesta tarde no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde foi montada a estrutura para o governo de transição do presidente eleito.
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A deputada chefiou a comissão que aprovou o projeto de lei que facilita o uso de agrotóxicos no país, chamada pela oposição de “PL [projeto de lei] do Veneno”. Tereza é presidente da Frente Parlamentar e foi apelidada pelos colegas de “Musa do Veneno” em um jantar em Brasília realizado em junho para comemoração da aprovação do projeto.
Boa noite! Informo a todos a indicação da senhora Tereza Cristina da Costa Dias, Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, ao posto de Ministra da Agricultura.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 7 de novembro de 2018
Tereza Cristina está em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Durante a campanha eleitoral deste ano, ela apoiou o presidente eleito. Antes de se filiar ao DEM, a deputada era do PSB. Ela pediu desfiliação do partido antes de ser expulsa pela direção nacional. Tereza Cristina contrariou o PSB ao votar contra o prosseguimento de uma denúncia contra o presidente Michel Temer (MDB) e ao votar a favor da reforma trabalhista.
Engenheira agrônoma e empresária, Tereza Cristina tem uma longa trajetória no setor. Ela foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul durante o governo de André Puccinelli (MDB).
Repercussão positiva
A indicação foi bem aceita pelo agronegócio. Em nota, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que Tereza Cristina terá condições de trabalhar a favor do agronegócio e construir uma agenda conjunta com o setor para o desenvolvimento agropecuário.
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Marcelo Vieira, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), diz que Tereza Cristina é grande gestora. O desafio dela, segundo ele, será o de montar uma boa equipe. “Temos deficiências que precisam ser resolvidas, entre elas as de regulação e as vindas do mercado externo.”
Tereza Cristina não era a preferência de Antonio Galvan, presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso). Ele preferia Nabhan Garcia, da União Democrática Ruralista, mas disse que a deputada é produtora e tem bagagem administrativa. “Vamos estar juntos a partir de agora.”
André Nassar, presidente-executivo da Abiove (Associação Nacional das Indústrias de Óleos Vegetais), diz que é uma parlamentar que combina visão política e técnica. Para Antônio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), os desafios que ela vai enfrentar são grandes, como a questão tributária, o aprimoramento do seguro rural e o mercado externo.
Sexto nome confirmado
Esse é o sexto nome confirmado por Bolsonaro para a Esplanada dos Ministérios. Também já estão confirmados os nomes de Paulo Guedes, no Ministério da Economia; do juiz Sergio Moro, no Ministério da Justiça; do o tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes, no Ministério da Ciência e Tecnologia; do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), na Casa Civil; e do general Augusto Heleno, no Gabinete de Segurança Institucional.
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