Tão fiel a Michel Temer (PMDB) a ponto de tatuar o nome do presidente em seu ombro, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) não fugiu da polêmica nesta quarta-feira (2) durante a sessão da Câmara que decide se aceita ou não a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em seu discurso, exaltou Temer e atacou a oposição. No fim do discurso, falou com os jornalistas e garantiu que fará outras homenagens ao presidente: a próxima tatuagem será na costela e a frase será escolhida em enquete. Surreal, mas é o que diz o deputado polemicão.
Muito questionado por jornalistas ao final do discurso, Costa disse que faria outra tatuagem na costela. “Temer eu te amo. I love you”, brincou. “Eu vou fazer uma enquete para vocês escolherem somente a frase, porque o rosto a dona Marcela Temer já me deu de presente”, declarou.
Ao descer da tribuna, Costa declarou que havia acabado de falar “tirando as máscaras dos partidos falsos moralistas, que há pouco tempo ajudaram a quebrar a Petrobras, compraram lá a tal da Pasadena [refinaria de petróleo nos EUA, comprada pela Petrobras em 2006, que levantou suspeitas de superfaturamento. Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração da estatal à época], que deu um prejuízo”.
Ele seguiu elevando a crítica aos partidos da oposição, principalmente o PT. “[São partidos] Mancomunados com artistas mamando na Lei Rouanet. Gerando desemprego, quebradeira de empresas. E hoje vêm atacar a idoneidade do Temer. Eles não têm moral para falar do Temer aqui”, afirmou. Por fim, Costa aposta que Temer se livrará da denúncia por um placar folgado, com mais de 280 votos favoráveis. “Essa oposição não tem moral para nada, estão na boca do lixo. São vagabundos da pior espécie, não escapa um”, diz.
Discurso inflamado na tribuna
Em sua fala na tribuna, Costa bateu no ombro, tatuado com o nome do presidente, para defender Temer. “Quem é Temer mostra a cara e até tatua o nome aqui no ombro”, gritou, exaltado, tocando a mão na região do corpo. No plenário, alguns deputados riram e foram ao microfone pedir que mostrasse o desenho.
Falou tanto que ouviu até uma bronca do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Costa se referia a partidos como PT, PC do B e outros partidos de esquerda como “organizações criminosas”. Maia o interrompeu. “Peço desculpas a vossa excelência, aqui tem partidos políticos, e não organizações criminosas. Peço a vossa excelência que não use mais [a expressão]”.
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“Temer não vai apoiar safadezas porque é um governante decente”, afirmou Costa, que aproveitou a fala para criticar até institutos de pesquisa, que apontam a baixíssima popularidade de Temer. “No Pará, eu digo que Temer tem aprovação de mais de 80%.” Costa foi um dos deputados beneficiados pela liberação de verbas pelo Palácio do Planalto para emendas parlamentares nas últimas semanas.
Adesivo da inveja e pixuleco
Deputados de oposição colaram papeis em seus ombros fazendo alusão à tatuagem de Costa. Ao invés de apresentar apenas o nome de Temer, os opositores escreveram “Fora Temer”. Para o deputado, o adesivo é uma junção de “fetiche” e “inveja”.
Costa continuou aprontando das suas ao longo da sessão. Ele inflou dois pixulecos – bonecos do ex-presidente Lula vestido de presidiário – e, durante discursos da oposição, batia um no outro fazendo barulho. Um empurra-empurra acabou interrompendo os discursos por causa disso.
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