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Ministério do Meio Ambiente seria uma das pastas mais aparelhadas por esquerdistas, segundo deputado Heitor Freire. | Marcos Oliveira/Agência Senado
Ministério do Meio Ambiente seria uma das pastas mais aparelhadas por esquerdistas, segundo deputado Heitor Freire.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Novato no Congresso Nacional, o deputado federal Heitor Freire (PSL-CE) protocolou na quarta-feira, 13 de março, um requerimento sugerindo ao presidente da República a criação da “Secretaria Especial de Desesquerdização da Administração Pública”. No texto apresentado pelo gabinete de Heitor, é citado o “aparelhamento gradual do Estado realizado por militantes de esquerda e seus sindicalistas”, além de consequências como “o rombo escancarado dos cofres públicos” e o caos causado em várias áreas, desde a economia até a “nossa juventude, envenenada pelo comunismo e pela famigerada ideologia de gênero”.

A proposta, como o deputado reiterou, “não é para indicar cargos, é só para monitorar e fiscalizar”. O texto detalha que a secretaria seria “destinada a realizar um amplo controle, fiscalização, identificação, mapeamento, monitoramento, com consequente sugestão de exoneração por decisão do presidente da República”. Integrantes da pasta teriam a função de indicar possíveis nomes que valessem uma demissão por reproduzir ideias da esquerda.

Heitor justifica que, para integrar o governo de Jair Bolsonaro, é necessária, em primeiro lugar, a ideologia alinhada à administração federal. “Precisa ser de direita conservador, antes de ser analisado o nível técnico. Se não fizer isso, Bolsonaro não vai conseguir governar”, explica.

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O deputado defende que ainda há servidores camuflados no governo. O texto cita que “são frequentes as denúncias de todo o país que nos chegam sobre os ‘técnicos’ que mudaram seu discurso” para permanecer em seus cargos. Questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo a respeito de exemplos, Freire citou os ministérios do Meio Ambiente, Direitos Humanos, Casa Civil e órgãos federais, especialmente bancos. “Acho que o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] é o que mais tem”, afirmou.

No mesmo dia em que o deputado protocolou o documento, o Estadão divulgou que o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Ricardo Salles, havia orientado funcionários do ICMBio e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a não se posicionarem diretamente à imprensa. Solicitações de posicionamento deveriam ser encaminhadas ao ministério.

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Heitor Freire ainda não conversou sobre a proposta com o presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido que ele, e nem com os demais candidatos. “Vou pedir agenda com o presidente e com o secretário de Governo, vou fazer uma apresentação e mostrar a importância. É uma das principais pautas, urgentíssima”, defendeu.

Para comandar a secretaria, ele defende que algum dos “bons nomes de direita e conservadores do PSL e de alunos do professor Olavo de Carvalho” seriam essenciais. “Eu mesmo até deixaria meu mandato para assumir”, afirmou. A pasta, para ele, seria ligada diretamente à Presidência ou à Casa Civil, do ministro Onyx Lorenzoni. Um dia após a posse do novo governo, Lorenzoni anunciou que iria exonerar funcionários para “despetizar” o Brasil. No dia 3 de janeiro, 320 comissionados e servidores foram demitidos sob o pretexto de manter somente funcionários que se identifiquem com a “centro-direita”.

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