Antes da votação na Comissão de Constituição e Justiça do parecer contra Michel Temer, o governo contabilizava certeiros 41 votos. Teve 40. O “traidor” foi o deputado Laércio Oliveira, do Solidariedade de Sergipe. Ele foi um dos 12 parlamentares escolhidos a dedo pelo governo para substituir colegas favoráveis ao parecer do relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), contrário ao presidente da República e a favor da admissibilidade da denúncia do Ministério Público Federal.
Laércio era o segundo substituto do Major Olimpio (SD-SP), que foi o primeiro excluído da CCJ, há duas semanas, por ser a favor da saída de Temer do Planalto. A liderança do partido, primeiro, trocou Olimpio pelo deputado Áureo, do Rio de Janeiro. Depois, substituiu Áureo por Laércio.
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Não bastasse a “traição”, Laércio foi para as redes sociais anunciar seu voto. O título da mensagem é “a favor das investigações”. E deu seu recado: “Votei agora a pouco aqui na CCJ a favor do parecer que recomendava a continuidade da denúncia contra Temer. No entanto, o parecer foi rejeitado por 40 votos a 25. Mesmo com a rejeição, a denúncia contra o presidente seguirá para a votação pelo plenário da Câmara”.
Seu colega de partido, Wladimir Costa (PA), defensor de Temer, criticou a postura do colega. “Não esperávamos isso dele. É traição mesmo. E ele pediu para ir para a CCJ e garantiu que votaria conosco. Pois é. E é um cara cheio de cargos do governo no seu estado” - disse Costa, num tom de que o governo pode retaliá-lo.
Ex-relator é substituído
Rejeitado o parecer contrário ao governo Temer, Zveiter foi substituído na comissão pelo suplente Lelo Coimbra (PMDB-ES) e não pôde votar o novo relatório apresentado pelo tucano Paulo Abi-Ackel (MG), contrário à denúncia do MPF. Coimbra votou com o governo e garantiu a vitória de 41 votos a 24 contra.
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