Centro das atenções após a votação da quinta-feira (13) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara por ter “traído” o Planalto e votado contra Michel Temer, o deputado Laércio Oliveira (SD-SE) tem três indicados para cargos no governo. E diz estar tranquilo. Não teme retaliações. Indicado às pressas para a comissão, seu voto era dado como certo no “não”, contrário ao relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) pela continuidade da admissão da ação contra Temer por corrupção passiva. Mas ele votou “sim”.
Oliveira diz não entender de onde a imprensa “tirou” a conclusão de que ele seria um voto pró-Temer. “Jornalistas e alguns colegas fantasiaram isso e estão me imputando a pecha de traidor de forma errônea. Nunca disse que ia votar a favor de Temer. Esse rótulo não me cabe”, diz Oliveira.
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Questionado pela Gazeta do Povo se o líder de seu partido, Áureo Ribeiro (RJ), quando o indicou sabia de seu voto, ele “jura” que não. “Não conversamos sobre isso. No Solidariedade temos essa liberdade de pensamento. Não teve interferência nem do governo. Acho que concluíram que eu votaria com o governo porque fui relator da terceirização e favorável à reforma trabalhista. Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.”
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Indicados no governo
O deputado tem três indicações no governo, todos cargos em Sergipe: a Superintendência do Incra, a Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário. Ele acha que os três continuarão no cargo.
“Não acredito em retaliação. Meu voto foi apenas autorizar para que ele seja investigado e não significa que considero o presidente Temer culpado”.
No momento da votação, Oliveira estava sentado na última fileira, na ponta do canto esquerdo. Discreto, nem fez discurso.
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