Flávio Bolsonaro ao lado do senador Paulo Bauer (PSDB-SC).| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Flávio Bolsonaro não foi o primeiro filho a dar dor de cabeça ao presidente da República. Ainda que após a conclusão dos mandatos, de José Sarney a Michel Temer, passando por Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, poucos chefes do executivo escaparam de acusações financeiras às suas proles desde a redemocratização, em 1985.

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Já os outros tiveram apurações do Ministério Público, citações em delações premiadas, esquemas fraudulentos de isenções fiscais e indícios de recebimento de propinas.Relembre abaixo alguns dos principais casos.

JOSÉ SARNEY

Roseana Sarney

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Ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney foi denunciada em 2016 pelo Ministério Público do Estado por um suposto esquema de isenções fiscais concedidas pela Secretaria de Estado da Fazenda a empresas de forma fraudulenta, o que teria causado prejuízo de R$ 410 milhões aos cofres públicos.

VEJA TAMBÉM:Por que o STF suspendeu a investigação contra ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Em 2014, Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato, afirmou que uma empreiteira pediu que o doleiro subornasse o governo do Maranhão para a empresa furar a fila em pagamentos judiciais. Roseana nega as acusações. 

Roseana Sarney: denúncia do Ministério Público apontou prejuízo de R$ 410 milhões ao erário. 

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Henrique Cardoso

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Em 2016, em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a presidência da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso lhe orientou que fechasse contrato com uma empresa ligada ao filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso.

Segundo ele, o caso ocorreu entre os anos de 1999 e 2000, quando era subordinado ao ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) na diretoria de Gás e Energia da Petrobras. Paulo Henrique nega as acusações de influência na estatal.

LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA

Luís Cláudio da Silva

Filho caçula do ex-presidente, Luís Cláudio é dono da LFT Marketing Esportivo, empresa que foi investigada na Operação Zelotes. A partir de 2014, a LFT recebeu R$ 2,5 milhões do lobista Mauro Marcondes Machado, que representava as montadoras Caoa (Hyundai) e MMC Automotores (Mitsubishi) perante o governo e o Congresso. O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) afirmou, em delação premiada, que Lula disse ter acertado os repasses com Machado em troca de uma medida provisória, o que Luís Cláudio nega.

Luis Claudio da Silva (de cinza) : familiares em visita à superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, onde Lula está preso.  
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Fábio Luís da Silva

Filho mais velho de Lula, Fábio Luís, conhecido como Lulinha, é um dos sócios da Gamecorp, empresa de games que recebeu pelo menos R$ 82 milhões em investimentos da Oi. A aplicação desses recursos foi investigada na Operação Lava Jato, já que ocorreu numa época em que a operadora acumulava prejuízo e a empresa de Lulinha não dava retorno. Lulinha nega qualquer irregularidade nesses investimentos.

MICHEL TEMER

Maristela Temer

No relatório final sobre corrupção no setor portuário, a Polícia Federal afirmou que havia “indícios concretos” de que dinheiro de propina da JBS a Michel Temer pagou a reforma da casa de uma de suas filhas, Maristela Temer.

O emedebista, de acordo com a PF, teria acompanhado detalhes da obra, inclusive financeiros, contradizendo depoimentos da família. A reforma foi realizada entre 2013 e 2015 e, segundo a investigação, pode ter custado até R$ 2 milhões. Grande parte foi paga com dinheiro vivo. Temer e Maristela negam qualquer irregularidade.

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JAIR BOLSONARO

Flávio Bolsonaro

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mostrou que um assessor do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, apresentou em sua conta movimentações de R$ 1,2 milhão, consideradas atípicas pelo órgão.

Entre os repasses feitos pelo ex-assessor do senador está uma transferência de R$ 24 mil para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Senador eleito, Flávio argumentou em pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) que, embora não tenha tomado posse, já foi diplomado senador, o que lhe confere foro especial perante o tribunal. O ministro Luiz Fux suspendeu a investigação. A família Bolsonaro diz que cabe ao ex-assessor esclarecer os fatos.