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Sessão solene na Câmara dos Deputados em memória da vereadora Marielle Franco: desembargadora que disse que ela estava ‘engajada com bandidos’ foi denunciada ao CNJ. | Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Sessão solene na Câmara dos Deputados em memória da vereadora Marielle Franco: desembargadora que disse que ela estava ‘engajada com bandidos’ foi denunciada ao CNJ.| Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), removeu de sua página pública do Facebook um texto publicado em 2016 no qual criticava o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A magistrada foi denunciada ao mesmo CNJ na segunda-feira (19) pelo Psol e pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia em razão dos comentários que fez na rede social contra a vereadora Marielle Franco, assassinada na última quarta-feira (14).

Conforme revelou a Gazeta do Povo, em novembro de 2016 a desembargadora descreveu o CNJ como “um órgão espúrio composto em sua maioria por completos despreparados nomeados pelo Executivo e pelo Legislativo”. Também afirmou que “o CNJ, criado pelo PT, é o órgão através do qual o Executivo e o Legislativo encabrestam o Judiciário”. A imagem abaixo reproduz o trecho em que ela fala sobre o CNJ:

Trechos da postagem de 19 de novembro de 2016 em que a desembargadora Reprodução/Facebook

A postagem – que estava disponível neste link – sumiu nesta terça-feira (20). Pode ter sido apagada ou suas configurações de privacidade podem ter sido alteradas, de modo que a publicação, antes visível a qualquer pessoa, apareça apenas para amigos da magistrada. A Gazeta do Povo entrou em contato com o gabinete de Marília Castro Neves e foi informada que ela não estava, mas que eventualmente daria retorno para falar sobre o caso.

‘Repassei de forma precipitada’

Na sexta-feira (16), a desembargadora havia escrito, também no Facebook, que era “mimimi da esquerda” tentar “agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”. Afirmou que “a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’; ela estava engajada com bandidos!”.

Nesta segunda (19), após a repercussão de suas declarações, a desembargadora disse na mesma rede social que se precipitou ao repassar notícias que circulavam nas redes sociais.

“No afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada, noticias que circulavam nas redes sociais. A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema”, escreveu Marília Castro Neves, segundo relato da “Folha de S.Paulo”, que teve acesso à publicação que ela fez em modo privado, ou seja, visível apenas para seus amigos.

Reclamação disciplinar

O Psol protocolou reclamação disciplinar contra a desembargadora no início da tarde de segunda-feira (19). O partido pede que o Conselho avalie a atitude da desembargadora e instaure processo administrativo disciplinar. A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia fez pedido semelhante.

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