Uma sindicância interna aberta pelo governo federal apontou que a ex-presidente Dilma Rousseff furou a fila para conseguir sua aposentadoria pelo INSS um dia depois de o Senado ter cassado seu mandato, segundo informações da revista Veja. O processo foi aberto e concluído em poucos minutos, e Dilma conseguiu o benefício máximo do INSS, que à época era de R$ 5.189.
Pelo relato da revista, Dilma não precisou comparecer pessoalmente à agência do INSS onde a aposentadoria foi concecida. A missão foi confiada ao ex-ministro da Previdência Carlos Gabas e a uma secretária da ex-presidente, com procuração para assinar documentos em nome da petista. Alguns funcionários da agência perceberam a presença do ex-ministro e, após sua saída, descobriram, no sistema interno do INSS, que Dilma havia se tornado aposentada. Foi isso que levou o governo a abrir a sindicância.
A investigação interna, segundo à Veja, chegou à conclusão de que não apenas Dilma furou a fila da Previdência – seu benefício foi concedido em um dia, quando os demais brasileiros precisam esperar uma média de 90 dias para ter a aposentadoria liberada –, mas também obteve o benefício sem apresentar toda a documentação exigida, o que em condições normais inviabiliza o pedido. A sindicância aponta a funcionária Fernanda Doerl como a responsável pela liberação da aposentadoria de Dilma.
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A Veja informa que Fernanda foi punida com uma advertência por não ter agido com “zelo” e “dedicação”, mas que não havia sido verificada má fé por parte da servidora, ou a intenção explícita de favorecer Dilma. Já Carlos Gabas, que é funcionário de carreira do INSS e está cedido para o gabinete do senador petista Humberto Costa, teria sido suspenso por dez dias, sem receber salário. Ainda de acordo com a revista, Gabas foi ouvido pelos investigadores durante a sindicância, e alegou ser comum haver “atendimento diferenciado para pessoas públicas”. Fernanda Doerl afirmou aos investigadores que seguiu todas as normas do INSS para concessão de aposentadorias.
A sindicância concluiu que, embora o processo de concessão da aposentadoria de Dilma tivesse erros, o valor do benefício está correto – a ex-presidente efetivamente teria direito ao teto do INSS. O governo está cobrando da petista a devolução de R$ 6.188, referentes a um mês de salário pago irregularmente. Dilma recorreu para não precisar devolver o dinheiro.