O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB), foram oficialmente reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta segunda-feira (10), como os vencedores da eleição presidencial de 2018. A cerimônia de diplomação, que representa o último passo do processo eleitoral, serviu também para a consagração dos partidos de Bolsonaro e Mourão, que figuravam como “nanicos” da política nacional até pouco tempo.
O PSL foi de partido com um único deputado federal à segunda maior legenda da Câmara, com 52 cadeiras – e com perspectivas de crescimento na próxima janela partidária. Já o PRTB, embora não tenha obtido vagas no Congresso, é a legenda do futuro vice-presidente, o que assegura poder ao partido.
“Não tenho dúvidas de que seremos a maior bancada da Câmara”, disse o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Ele alegou que a legislação é “madrasta” com os partidos pequenos, o que deve estimular adesões à legenda. “E aqueles que concordarem com nossa agenda liberal serão bem-vindos”, destacou.
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A trajetória de Bivar ajuda também a compreender o momento do PSL. Ele foi candidato a presidente em 2006 e ficou em sétimo lugar, com pouco mais de 62 mil votos. Nada comparável aos mais de 57 milhões recebidos por Bolsonaro em 2018.
Também com corridas presidenciais – e poucos votos – no currículo, Levy Fidelix, o presidente nacional do PRTB, disse que a próxima janela partidária pode trazer 10 deputados federais ao seu partido. A presença de Mourão é um atrativo e também uma credencial para que, segundo ele, o PRTB exerça influência na gestão Bolsonaro.
“Não falo de cargos, mas o PRTB quer seu espaço. Um espaço legítimo, já que elegeu o vice-presidente. Espaço correto, porque nós é que fizemos acontecer. É legítimo que PSL e PRTB sejam os primeiros a serem convidados para sentar na mesa e discutir propostas”, declarou.
A expectativa de ambos é influenciar na montagem das equipes de segundo e terceiro escalões, agora que a formação ministerial do governo Jair Bolsonaro foi concluída.
No governo, PSL vira ‘vidraça’
Com o crescimento vêm, também, os problemas. O PSL ficou no foco de polêmicas nos últimos dias por conta de uma briga de sua futura bancada de deputados federais e também pela investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que detectou movimentações financeiras fora do padrão na conta de um ex-auxiliar do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente diplomado.
As denúncias estiveram em praticamente todas as perguntas feitas pelos jornalistas aos integrantes do PSL que participaram da diplomação. As respostas seguiram a linha do “quem errou deve ser punido” e contestações ao trabalho do Coaf, que não teria percebido irregularidades nas gestões anteriores.
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Já o enfoque sobre as disputas internas do PSL resvalou também na corrida pela presidência da Câmara – que, entre outros nomes, tem como pré-candidato um membro do partido, o deputado federal Delegado Waldir (GO). A deputada eleita Joice Hasselmann (SP) disse que ainda há tempo para que o partido feche questão em torno de um nome e enfatizou que o apoio ao atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pode estar no radar.
A futura parlamentar foi a principal pivô das desavenças vazadas à imprensa, o que motivou críticas do senador eleito Major Olímpio (PSL-SP). Futuro deputado federal, Nelson Barbudo (PSL-MT) procurou contemporizar o episódio: “o PSL é um partido novo, com uma bancada que ainda está se acomodando. Um ciuminho aqui e outro ali são normais. Mas somos maiores do que brigas pelo WhatsApp”. Com 126.249 votos, Nelson foi o mais votado em seu estado.
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