Os diretores do BNDES Vinícius Carrasco e Cláudio Coutinho pediram demissão nesta sexta (7). Segundo interlocutores, eles estavam insatisfeitos com a gestão de Paulo Rabello de Castro, que assumiu o banco há dois meses após a saída de Maria Silvia Bastos Marques.
A decisão foi tomada após a divulgação de declarações de Rabello de Castro questionando mudanças na taxa de juros de longo prazo anunciadas pelo governo em março.
Carrasco ocupava a diretoria de Planejamento do banco desde o início da gestão Bastos Marques, em maio, e foi um dos mentores da proposta de alteração nos juros, que substituiria a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) pela recém criada TLP (Taxa de Longo Prazo), mais próxima de juros de mercado.
Também indicado por Mario Silvia, Cláudio Coutinho ocupava a diretoria de Crédito. Os dois participaram da entrevista coletiva convocada para esclarecer o mercado sobre a proposta de criação da TLP.
Presidente do banco desde a saída de Maria Silvia, em maio, Rabello de Castro disse ao jornal “Estado de S. Paulo” que a TLP reduz a previsibilidade dos tomadores de financiamento do banco, que, “em um momento agudo (de alta de juros) podem não resistir”.
Na noite de quinta (6), Carrasco defendeu a TLP em um rede social, dizendo que a mudança “permitirá menores taxas de juros para todos, aumento de produtividade, melhoras distributivas e transparência na concessão de subsídios”.
A proposta da nova taxa foi defendida pelo governo com o argumento de que, ao reduzir subsídios aos financiamentos do banco, ajudaria a reduzir a taxa de juros estrutural da economia. “A política monetária fica mais potente”, disse, na época do lançamento, o presidente do BC, Ilan Goldfajn.
Durante um período de transição de cinco anos, a TLP seria corrigida pelo IPCA mais o rendimento do NTN-B. Depois disso, será idêntica aos juros do NTN-B.
A mudança será implantada por meio da MP 777, em discussão no Congresso. O processo tem como relator o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), que tem se manifestado a favor da aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer.
Gomes agendou audiências públicas para ouvir o mercado a respeito da TLP antes de concluir seu relatório.
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