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| Foto: AYRTON VIGNOLAESTADÃO CONTEÚDO

O dono da JBS, Joesley Batista, delatou o pagamento de mais de R$ 6 milhões de propina a pedido de Michel Temer, o acerto do repasse de outros R$ 50 milhões e mais de 20 encontros com o presidente da República. Estes pontos constam do resumo da delação premiada do empresário, homologada e com sigilo retirado pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin. As informações são do site Antagonista.

Joesley revela ter sido apresentado a Temer pelo ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que se definiu como afilhado político do atual presidente da República. O encontro aconteceu no escritório de Temer em São Paulo e, partir dali, os dois “trocaram telefones celulares e passaram a manter um relacionamento pautado por interesses comuns”.

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A partir dali, segundo o empresário, foram mais de 20 encontros nos escritórios do político em São Paulo e no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, em Brasília. Nestas conversas, Jesley diz acertado doações em nome duas empresas indicadas por Temer. A primeira recebeu um repasse R$ 2 milhões e outro de R$ 1 milhão; a segunda, um pagamento de R$ 240 mil dividido em três vezes. Todas as operações foram feitas em 2010 e estão registradas em notas fiscais anexadas à delação.

Joesley diz ter feito, a pedido de Temer, pagamento de “mensalinhos” a Wagner Rossi e Milton Ortolan quando eles deixaram o ministério da Agricultura, em 2011. Rossi, titular da pasta, recebeu R$ 100 mil por mês. Ortolan, secretário-executivo, embolsou R$ 200 mil por mês, de acordo com o delator. O benefício durou um ano.

Em 2012, Joesley relata ter pago R$ 3 milhões em caixa 2 para a campanha de Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo. Tudo registrado em planilhas anexadas ao acordo.

Já às vésperas de assumir a presidência, Michel Temer teria voltado a se socorrer no empresário. Joesley diz ter recebido do peemedebista o pagamento de R$ 300 mil para marketing político na internet, onde estava sendo duramente atacado. O pagamento teria sido feito em espécie a Elsinho Mouro, marqueteiro de Temer.

A gravação da conversa com Michel Temer, em março deste ano, ocorreu já em um momento em que a relação entre o empresário e o presidente não era tão próxima. O encontro foi intermediado pelo deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures.

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Uma semana depois, Rocha Loures e Batista se reencontraram para discutir uma interferência do deputado no Cade, para aprovar a mudança da sede da JBS para os Estados Unidos. Também teria sido tratado ali o pagamento parcelado de R$ 50 milhões a Temer.

A primeira entrega, de R$ 500 mil, em abril deste ano, foi feita a Rocha Loures por outro executivo da JBS, Ricardo Saud. A operação toda foi registrada pela Polícia Federal, já dentro do acordo de delação premiada com a empresa. A entrega foi filmada e o dinheiro estava com rastreador.

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