Às vésperas da divulgação da delação premiada que atingiu o presidente Michel Temer, os acionistas controladores da JBS venderam R$ 10 milhões em ações da companhia.
No dia 16 de maio, eles negociaram 985 mil papéis da empresa a R$ 10,11. Os controladores da JBS são a FB Participações, holding da família Batista, e o Banco Original, que também pertence aos fundadores do maior produtor de proteína animal.
A delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista foi revelada pelo jornal “O Globo” no fim da tarde do dia seguinte, após o fechamento da Bolsa de São Paulo. No dia 18 de maio, as ações da empresa desabaram 10,5% -desde então, elas perderam 23,4% do seu valor, cotadas a R$ 7,28.
As vendas dos papéis também aconteceram no dia 17, mas foram acompanhadas de recompras das ações. As operações praticamente se anularam: as vendas somaram R$ 35,1 milhões, e as compras, R$ 35,6 milhões.
Os donos da empresa voltaram a se desfazer dos ativos após a revelação da delação, nos últimos três dias do mês passado. Elas somaram R$ 105 milhões.
As negociações de papéis pelos donos da JBS, assim como operações no mercado de câmbio às vésperas da delação dos irmãos Batista, estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Em abril, os controladores dos frigoríficos venderam o equivalente a R$ 242 milhões em ações da empresa, a primeira operação desse tipo em mais de um ano. Na ocasião, eles já haviam fechado acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Na sexta-feira (9), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da JBS, em São Paulo. Batizada de Tendão de Aquiles, a operação apura o suposto uso indevido de informações privilegiadas pela JBS e por sua controladora, a FB Participações, no mercado financeiro. Foram apreendidos documentos, mídias, celulares e informações de HDs.
Outro lado
Em nota na sexta-feira (9), a JBS afirmou que as empresas entregaram os materiais e documentos solicitados pela Polícia Federal e que segue está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.
Sobre a compra e venda de moedas, ações e títulos, diz que as operações realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores foram feitas dentro da lei. Sobre as operações de câmbio, afirma que gerencia “de forma minuciosa e diária” a sua exposição cambial e de commodities.
“A empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais”, afirmou.
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