Embora negue a intenção de disputar as eleições presidenciais de 2018, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), fez, na tarde desta segunda-feira (10) um discurso exaltado em Porto Alegre (RS) com duras críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A uma plateia de empresários e estudantes, na palestra inaugural do 30° Fórum da Liberdade, o tucano afirmou que fará o possível para evitar que o petista volte à Presidência.
“Vou usar toda a minha força como cidadão, como prefeito da cidade de São Paulo, sendo correto e honesto, para dizer: Lula, você não é o salvador de nada, você quase destruiu o Brasil. Você não vai destruir outra vez o sonho do Brasil”, afirmou.
Doria: mantra do “não sou político” marca 100 dias na prefeitura e eleva tucano a presidenciável
Em clima de comício e ovacionado pela plateia, composta também por integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), o tucano afirmou que os “descalabros” dos últimos 13 anos de PT foram a motivação para que ele se candidatasse à Prefeitura e continuam sendo seu principal incentivo. “Temos que colocar a nossa força, nossa capacidade, nosso esforço coletivo para diminuir as distâncias sociais, porque daqui a dois anos este mesmo cidadão que quase destruiu o Brasil vai querer voltar. Não!”, gritou o prefeito.
Doria também criticou os filhos do ex-presidente Lula, insinuando que eles ficaram “milionários da noite para o dia” graças à corrupção. “Os meus filhos, ao contrário dos filhos daquele cidadão, vão aprender que é com trabalho que se conquista, não é com roubo, não é com usurpação, não é com presente de empreiteira”.
Ao fim da palestra, em entrevista a jornalistas, o prefeito ainda que fez uma provocação ao petista, indicando que irá visitá-lo na cadeia: “Eu ainda desejo levar um dia chocolates para o ex-presidente Lula em Curitiba”.
Questionado, porém, se seria candidato a presidente em 2018, o tucano voltou a negar a possibilidade, dizendo que está focado na gestão da capital paulista e que sua única intenção é ser “candidato a um bom prefeito”.
Candidatura
Na manhã desta segunda-feira, após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falar que o prefeito João Doria “seria um ótimo candidato” ao governo estadual nas eleições de 2018, Doria apresentou na sede da Prefeitura um balanço dos seus 100 dias à frente da administração. Lá, questionado se ouviria o apelo de Alckmin ou a população sobre uma possível candidatura ao governo do Estado, o tucano se esquivou e disse que vai ouvir os dois.
Próximo dos cem dias de governo, que se completam nesta segunda-feira, o prefeito de São Paulo admitiu pela primeira vez, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que pode deixar o cargo para se candidatar ao governo estadual. Isso caso haja um pedido do governador, ao qual reforça a fidelidade sempre que confrontado com a possibilidade de uma candidatura a presidente.
Na avaliação da maioria dos moradores de São Paulo, Doria não deve abandonar o mandato para ser candidato nas eleições de 2018, segundo o Datafolha. A pesquisa, divulgada no sábado, 8, mostra que 55% dos moradores acham que ele deve cumprir seu mandato de prefeito.
“Vou ouvir os dois (Alckmin e a população). Tenho estima, admiração e respeito pelo governador Geraldo Alckmin. E tenho lealdade também, essa é uma característica que tenho e vou manter, talvez diferentemente de outros, sou leal ontem e hoje”, afirmou. “Tenho que ouvi-lo, sim, e ouvir a população. Afinal, governamos para a população. A população é que nos aprova, é que determina se estamos o caminho certo. E até aqui estamos.”
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