O presidente do PT de São Paulo, Luiz Marinho, disse na manhã desta sexta-feira (25), em entrevista à Rádio Eldorado, que os desembargadores do TRF-4 que confirmaram a sentença do juiz Sérgio Moro, de condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá (SP), fizeram uma provocação, “uma brincadeira jocosa”, ao ampliarem de 9 anos e seis meses para 12 anos e um mês a pena do petista. “Doze mais 1 dá 13, que é o número do PT nas urnas”, frisou Marinho, dizendo crer que a sentença proferida pelo colegiado do TRF-4 “foi combinada e representa uma violência às normas do Direito”.
Marinho, que também é pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou na entrevista que além de político é bacharel em Direito e, como tal, pode dizer com propriedade que os desembargadores do TRF-4 “rasgaram a Constituição” no julgamento ocorrido nesta quarta-feira (24) em Porto Alegre. E disse acreditar que a sentença será revertida nas instâncias superiores da Justiça, como o Supremo Tribunal Federal (STF). “Não é possível que todos da Justiça tenham a insanidade dos magistrados do TRF-4”, alfinetou.
Desobediência civil
Questionado na entrevista sobre o fato de algumas lideranças de seu partido estarem pregando a desobediência civil – na quinta-feira (25) o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) conclamou correligionários a deixarem a passividade de lado e partirem para a desobediência civil contra o que classificou de ditadura da toga que condenou Lula – Luiz Marinho disse o Partido dos Trabalhadores não está estimulando a guerrilha. Mas, se alguém bater em sua canela, tem de reagir. “Podemos perder o controle das massas, já que Lula é uma liderança extremamente popular e está sendo brutalmente perseguido.”
Apesar da afirmação de que o PT não está estimulando a desobediência civil, o presidente da sigla no Estado de São Paulo disse que “se esse clima de perseguição a Lula continuar, não se pode descartar uma convulsão social”. E continuou: “Estão chutando a canela dos sonhos do povo brasileiro. Estão negando ao povo a liberdade ao voto soberano. Condenar alguém inocente é inaceitável.”
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