A economia brasileira cresceu 1,1% em 2018, informou na manhã desta quinta-feira (28) o IBGE. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi idêntico ao registrado no ano anterior.
No início de 2018, era comum encontrar economistas projetando crescimento perto de 3%. Mas, ao longo do ano, as previsões foram continuamente revistas para baixo com a paralisação dos caminhoneiros, ocorrida em maio, um mercado de trabalho cuja débil recuperação se deu à base de vagas informais e incertezas ligadas às eleições presidenciais.
Na divisão por setores (ótica da oferta), o maior crescimento foi o de serviços (que inclui comércio), com alta de 1,3% sobre 2017. A indústria avançou apenas 0,6% e a agropecuária ficou praticamente estável, com 0,1% de alta.
Sob a ótica da demanda, o maior avanço veio da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o investimento produtivo, com 4,1%. O consumo das famílias, por sua vez, subiu 1,9%. E as despesas do governo empataram com as do ano anterior.
Resultado esperado
O resultado divulgado nesta quinta veio em linha ao esperado pela maior parte dos analistas do mercado financeiro.
A expectativa média de bancos e consultorias para 2019 é de um crescimento econômico próximo de 2,5%, que, se confirmado, será o maior dos últimos seis anos. O avanço, no entanto, é condicionado a mudanças que apontem para uma melhora nas contas públicas – leia-se a aprovação de uma reforma da Previdência robusta.
Mas já há quem considere que, mesmo que a reforma seja aprovada, é pouco provável que a economia brasileira encontre fôlego para deslanchar em 2019. Passada a euforia de empresários e mercado financeiro com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), já há quem espere crescimento abaixo de 2%, com a retomada mais forte, uma vez mais, sendo empurrada para o próximo ano. Até meados de 2018, economistas também previam alta perto de 3% para o PIB de 2019.
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Segundo o analista da RC Consultores Everton Carneiro, apesar de os indicadores de confiança do empresariado estarem em alta, no mundo real ainda paira certa incerteza quanto ao governo de Jair Bolsonaro.
A dúvida quanto à real capacidade de articulação e realização do governo seria o motivo para que os empresários ainda estejam optando por esperar para retomar os investimentos no país.
A proposta da reforma da Previdência agradou e a expectativa do mercado é que ela seja aprovada, devido a uma articulação junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Mesmo assim, empresários estariam esperando para ver como irá se dar a negociação no Congresso antes de decidir retomarem os investimentos.
“Como o governo começou muito instável, o mercado está aguardando as coisas se alinharem”, diz Carneiro.
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