A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (26) a 10.ª fase da Operação Zelotes, que apura irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) do Ministério da Fazenda. Oito pessoas e duas empresas são investigadas nesta fase da operação, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Os prejuízos ultrapassam R$ 900 milhões.
Entre as pessoas investigadas, estão o ex-secretário de Comércio Exterior no governo Dilma Rousseff, Daniel Godinho, e o economista Roberto Giannetti da Fonseca, ligado ao PSDB e ao pré-candidato Geraldo Alckmin. Giannetti da Fonseca é suspeito de receber pagamentos de R$ 2,2 milhões para atuar para favorecer a empresa Paranapanema em processo no Carf.
A PF cumpriu nove mandados de busca e apreensão em quatro estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Permambuco) e no Distrito Federal. Foram autorizadas por ordem judicial da 10.ª Vara Federal em Brasília quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático dos investigados. Nesta fase, porém, não foram decretados pedidos de prisão.
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Entenda a investigação
Os investigados são suspeitos de envolvimento em irregularidades no julgamento de processo fiscal no Carf contra a siderúrgica Paranapanema, com sede em Santo André (SP). A empresa é acusada de se livrar do pagamento de débitos de cerca de R$ 900 milhões em 2014. O Carf é uma espécie de tribunal que avalia recursos das empresas contra as atuações feitas pela Receita Federal.
Gianetti, por meio da sua empresa de consultoria chamada Kaduna, é suspeito de ter recebido dinheiro da Paranapanema para ajudar a empresa a se livrar dos débitos milionários. A suspeita dos investigadores é de que o dinheiro tenha sido usado para obter decisão favorável à Paranapanema no Carf de forma ilícita. A Kaduna foi contratada para assessorar a Paranapanema.
Gianetti foi um dos cotados para coordenar o programa de governo do presidenciável Geraldo Alckmin, mas sua entrada na equipe de campanha não se concretizou. Ele, porém, continua como conselheiro do pré-candidato, inclusive o acompanhando em eventos sobre economia. Ele também foi secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Já o ex-secretário de Comércio Exterior no governo Dilma Rousseff, Daniel Godinho, é suspeito de ajudar no favorecimento da Paranapanema no julgamento Carf, dando um parecer favorável à empresa.
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