A corrupção é um tema caro aso brasileiros, mas parece que os eleitores não estão muito preocupados com a ficha corrida dos candidatos que pretendem colocar no Senado a partir do ano que vem. Pelo menos 17 candidatos em diversos estados do país foram citados nas investigações da Lava Jato e são favoritos para levar uma das cadeiras de senador em seus estados.
Um levantamento da Gazeta do Povo mostrou que entre os 84 candidatos com chances de se eleger para uma vaga no Senado por seus estados, apenas 25 não tiveram o nome envolvido em escândalos de corrupção, um foi absolvido e três tiveram suas investigações arquivadas. Outros 48 respondem a inquéritos, foram denunciados, respondem a processos ou já foram condenados pela Justiça – não necessariamente na Lava Jato, há crimes eleitorais e de improbidade administrativa, por exemplo. Há, ainda, 7 candidatos que tiveram o nome envolvido em escândalos que ainda não foram esclarecidos.
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Reportagem da Gazeta do Povo veiculada nesta semana mostrou que o eleitor reprova a corrupção, mas esse não é um fator determinante para o voto. Uma pesquisa realizada pela Ipsos de 1º a 11 de agosto mostra que a maioria dos indicadores de apoio à Lava Jato caiu nos últimos meses. Três em cada dez entrevistados (30%) afirmam que votariam em um candidato envolvido em escândalos de corrupção “desde que fosse um bom presidente”. Em relação aos deputados, 22% dos entrevistados afirmaram que votariam em candidatos envolvidos em corrupção.
Um exemplo disso é a disputa pelo Senado no Ceará. Os dois candidatos mais bem colocados respondem a inquéritos relacionados à Lava Jato. Eunício Oliveira (MDB), que tenta a reeleição, responde a três inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) no total. Cid Gomes (PDT) foi citado na delação de executivos da J&F e está sendo investigado na Justiça Federal do estado.
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Há exemplos espalhados por todos os estados. Em Alagoas, o candidato à reeleição – e o melhor colocado na disputa -, Renan Calheiros (MDB) responde a 13 inquéritos no Supremo no total. Oito deles dizem respeito à operação Lava Jato. Também há envolvidos na Lava Jato concorrendo – e com chances de vencer – no Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O Rio Grande do Sul é o único estado em que os favoritos não estão envolvidos em escândalos. Em São Paulo, dos cinco candidatos melhor posicionados que brigam pelas duas vagas, apenas um não tem nenhuma mancha no currículo: o candidato Major Olímpio (PSL), que teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2006.
Governadores
Entre os candidatos a governador espalhados pelo país, a situação é bem parecida. Dos 52 candidatos competitivos, segundo os últimos levantamentos feitos pelo Ibope, apenas 10 não tiveram o nome envolvido em escândalos e quatro tiveram os casos arquivados. Entre os candidatos, há 14 citados nas investigações da Lava Jato ou em depoimentos de delatores da operação.
Sete candidatos a governador bem colocados nas pesquisas são réus em processos judiciais – a maior parte em processos de improbidade administrativa.
Apenas os principais concorrentes em quatro estados não tiveram o nome envolvido em escândalos ou tiveram as investigações arquivadas: Goiás, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.
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