| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O PT começa a enfrentar as primeiras dificuldades práticas em função da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido procura soluções para que Lula possa, de Curitiba, onde cumpre pena, avalizar pontos do programa de governo para as eleições presidenciais que está sendo elaborado em São Paulo.

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De acordo com petistas, até a próxima segunda-feira, dia 16, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo, e a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), devem se reunir para traçar a estratégia de comunicação das propostas.

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Poucas horas antes de se entregar à Polícia Federal, no sábado, 7, Lula reuniu líderes petistas e de movimentos sociais que estavam na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e comunicou que durante sua ausência Gleisi será sua porta-voz para assuntos referentes ao PT. A força dada a Gleisi, no entanto, foi insuficiente, já que o próprio Lula quer dar a palavra final sobre as decisões envolvendo o programa de governo.

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Uma saída cogitada pelos petistas é incluir a senadora e o ex-prefeito na defesa de Lula. Ambos são advogados e assim teriam acesso irrestrito ao ex-presidente sem correr o risco de depender de decisões judiciais para entrar na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Resolução confirma Gleisi no comando

Na segunda-feira, 9, a executiva nacional do PT aprovou uma resolução na qual confirma que Gleisi será a porta-voz de Lula e diz que as negociações com outros partidos com vistas a alianças eleitorais serão decididas pela direção partidária.

“Caberá à direção nacional do PT fazer as articulações com outros partidos, que serão conduzidas pela presidenta Gleisi Hoffmann, designada por Lula como sua porta-voz política até que ele recupere a liberdade”, diz a nota.

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Petistas interpretaram o trecho como um sinal de que o partido quer excluir Haddad das conversas com outros partidos. O ex-prefeito vinha cumprindo essa função, a pedido de Lula, mas as articulações esfriaram depois da condenação do ex-presidente pelo TRF-4, em janeiro.