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| Foto: MAURO PIMENTEL/AFP

Se na pré-campanha e começo da campanha a presidenciável Marina Silva (REDE) aparecia até em uma segunda colocação em alguns cenários nas pesquisas de intenção de voto, com 12% dos votos ou até 16% dos votos* - logo atrás de Jair Bolsonaro (PSL) -, agora a candidata está em queda livre.

Marina aparece empatada com Geraldo Alckmin (PSDB) com 9% na mais recente pesquisa Ibope**, e atrás de Ciro Gomes (PDT). O que aconteceu com Marina? Teria chegado ao seu limite nesta eleição?

Uma das possíveis explicações para a desidratação da candidatura pode ser a frágil estrutura partidária, somado a fatores como a imagem que parte do eleitorado já construiu dela, desde eleições passadas. Outra explicação seria a migração de parte dos votos que Marina tinha e que agora foram para o petista Fernando Haddad (PT) ou mesmo para Ciro Gomes, antecipando um voto útil contra Bolsonaro.

Acabou o gás?

As chances de a presidenciável virar o jogo e assumir a dianteira na disputa de quem vai ao segundo turno são pequenas, mas não devem ser descartadas. “[A campanha eleitoral] é uma corrida maluca. O que sabemos é que ela deve ter poucas condições de crescer agora. Não tem muito espaço. Pode mudar? Sempre pode. Mas parece que ela tem menos condição de crescer nesse pelotão”, avalia o coordenador de análise política da Genial Investimentos, Ribamar Rambourg.

Mesmo entre os 9% que a candidata leva na mais recente pesquisa Ibope** de intenções de votos, há risco de debandadas, principalmente se oponentes mais à esquerda começarem a subir nas pesquisas, como Ciro Gomes e Fernando Haddad. Segundo a pesquisa Datafolha* divulgada em 10 de setembro, 71% dos que declaram voto na candidata da REDE afirmaram que podem mudar de candidato. Apenas 29% estão totalmente decididos a votar nela.

Marina Silva vê adversários passando à frente nas pesquisas Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Rambourg avalia que a formalização da saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do cenário eleitoral pode ter prejudicado Marina nas pesquisas mais recentes.

“Boa parte das intenções de voto (de Marina) era concentrada no Nordeste, no eleitorado menos favorecido, e entre mulheres. E parte desse eleitor se sentia órfão sem Lula. Marina crescia na pesquisa sem Lula, herdava boa parte desses votos. À medida que ficou claro que Lula não iria ser candidato, essa queda da Marina começa a ser percebida, no mesmo momento que Haddad começa a despontar. A desidratação era tragédia anunciada”, diz o analista.

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Marina contra Haddad

Isso fica demonstrado na pesquisa Ibope** de 11 de setembro: Marina tem 9% das intenções de voto, com queda em relação à anterior em todos os segmentos, tendo maior recuo (7 pontos percentuais) entre eleitores menos escolarizados, que têm ensino fundamental completo (de 16% na primeira pesquisa, indo para 15% na segunda e alcançando 8% no mais recente levantamento do Ibope).

Na mesma pesquisa, Haddad chega a 13% entre os eleitores do Nordeste (5 ponto percentuais a mais que rodada anterior). Ele também cresceu entre aqueles com menor renda familiar mensal, passando de 4% para 10%.

Fernando Haddad (às esquerda) lançou a chapa nesta semana e já ‘colou’ em Marina Silva nas pesquisas do Ibope e Datafolha. Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Apesar de ter pontos em seu perfil que agradam ao eleitorado (como um currículo sem marcas de corrupção ou investigação nas operações da Polícia Federal, além de ter em sua história pessoal a característica de ter saído da pobreza e conseguido estudar), Marina tem dificuldade em transmitir a segurança necessária para o cargo que pretende ocupar. A pesquisa Ibope** mostra que Marina tem uma grande rejeição (24% dos entrevistados disseram que nunca votariam nela), sendo superada somente por Jair Bolsonaro (com 41% de rejeição).

Entre apoiadores da candidata, também é vista como fragilidade da candidata a falta de assertividade em seu discurso. Para eles, essa qualidade seria necessária para que Marina superasse a percepção de parte do eleitorado de que ela não teria segurança para ser presidente do país, até por sua imagem naturalmente frágil.

Ainda entre os apoiadores, existe também a análise de que ela vem perdendo parte de seu eleitorado evangélico (Marina é da igreja Assembleia de Deus) para Bolsonaro. Entre os eleitores da presidenciável, segundo a mais recente pesquisa Ibope, 10% se declaram evangélicos, enquanto que entre os eleitores de Bolsonaro, 33% se declaram evangélicos.

Metodologias

*Pesquisa realizada pelo Datafolha no dia 10 de setembro com 2.820 entrevistados (Brasil). Contratada por: GLOBO E FOLHA DE SÃO PAULO. Registro no TSE: BR-02376/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu.

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**Pesquisa realizada pelo Ibope com 2.002 entrevistados (Brasil) entre os dias 8 e 10 de setembro. Contratada por: REDE GLOBO E O ESTADO DE SÃO PAULO. Registro no TSE: BR-05221/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu.

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